Argentina e Brasil ratificam Atlântico Sul 'sem armas nucleares'
Os governos resolveram também avançar no desenvolvimento de veículos blindados e cooperar em matéria de indústria naval e aeroespacial
Os ministros da Defesa do Brasil, Celso Amorim, e da Argentina, Arturo Puricelli, ratificaram o compromisso de manter o Atlântico Sul como zona de paz e livre de armas nucleares, entre outros pontos de uma declaração conjunta assinada nesta segunda-feira em Buenos Aires. Durante a reunião, os dois ministros revisaram a agenda de cooperação bilateral em matéria de defesa, indicou uma nota de imprensa do ministério argentino.
"Para o Brasil, nada foi mais importante que a aproximação com a Argentina, superando rivalidades históricas", disse Amorim à imprensa, em sua primeira visita oficial à Argentina como ministro da Defesa, cargo que assumiu há um mês, depois de atuar como chanceler durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em linha com o acordado entre as presidentes Cristina Kirchner e Dilma Rousseff em julho passado, os ministros resolveram "aprofundar ações destinadas a desenvolver uma agenda de cooperação bilateral em matéria de defesa no contexto da aliança estratégica entre ambos os países".
Nesse cenário, identificaram áreas de interesse comum, como "a manutenção do Atlântico Sul como zona de paz e cooperação e livre de armas nucleares", segundo o comunicado à imprensa. Os dois ministros analisaram também a possibilidade de realizar treinamentos conjuntos, com a eventual participação de outros países.
Resolveram coordenar posições sobre a Missão das Nações Unidas no Haiti (Minustah) assim como de ações e posturas no Conselho de Defesa Sul-Americano da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) e outros fóruns. Também defendem aprofundar a troca de formação e capacitação especialmente em engenharia de defesa e aumentar a cooperação em matéria de treinamento e apoio logístico.
Outro objetivo é o de "concluir em breve" o processo de assinatura de um acordo entre os dois governos sobre medidas de segurança para a proteção de informação confidencial em matéria de defesa, segundo o comunicado.