O presidente russo, Dmitri Medvedev, descartou nesta segunda-feira em Moscou a necessidade de "pressões suplementares" sobre a Síria, opondo-se a qualquer resolução do Conselho de Segurança da ONU dirigida a sancionar o regime do presidente Bashar al-Assad. "Não há necessidade de pressões suplementares" sobre a Síria, disse Medvedev, ao receber em Moscou o primeiro-ministro britânico, David Cameron.
O presidente russo disse que uma resolução da ONU sobre a Síria deve ser "firme, mas equilibrada", e sem sanções "automáticas". "Esta resolução deve ser severa, mas não deve prever a adoção de sanções de forma automática, já que a União Europeia e os Estados Unidos já adotaram uma grande quantidade de sanções e não há a necessidade de pressões suplementares", disse Medvedev. "A Rússia parte do princípio de que é necessário adotar uma resolução firme, mas equilibrada, e dirigida às duas partes do conflito sírio, tanto para as autoridades oficiais, lideradas por Bashar al-Assad, quanto para a oposição", declarou Medvedev em uma coletiva de imprensa comum com Cameron.
Por sua vez, o primeiro-ministro britânico insistiu em mais sanções contra a Síria e na saída do poder do presidente Assad. "Não vemos futuro para o presidente Assad e para seu regime", declarou Cameron.
A Síria registra desde 15 de março uma revolta popular sem precedentes contra o regime de Assad, que foi violentamente reprimida.
A Rússia, aliada tradicional da Síria, é contra a adoção pelo Conselho de Segurança da ONU de uma resolução de condenação do regime sírio, oficialmente para evitar que se repita no país o que ocorreu na Líbia.