O Instituto para as Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), que está representando os bancos nas negociações sobre a dívida da Grécia, pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e às principais economias emergentes para apoiarem um plano que permitiria ao governo grego recomprar € 20 bilhões (US$ 27,6 bilhões) de sua dívida.
A ideia é de que países como Brasil, Rússia, Índia e China, grupo conhecido como Bric, enviem recursos a uma nova conta no FMI. O dinheiro dessa conta seria emprestado à Grécia para permitir que o governo recompre os bônus da dívida soberana grega que estão nas mãos de credores privados. Somada aos programas de troca e rolagem de dívida, a proposta do IIF poderia reduzir a relação entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB) da Grécia para 91% até 2020, ou para 82%, caso o crescimento econômico seja mais forte do que o esperado.
Participantes do mercado e até mesmo alguns representantes do FMI acreditam que a dívida da Grécia não é sustentável e veem cada vez mais chances de um default (calote) do país. Se os gregos conseguirem diminuir o nível de endividamento, no entanto também reduziriam as preocupações com a possibilidade de uma moratória, o que, por sua vez, ajudaria a baixar o custo dos empréstimos tanto para a Grécia quanto para outros países europeus com grande volume de dívidas, como Itália, Espanha e Portugal.
O IIF já apresentou o plano à diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, e a alguns representantes dos principais países emergentes. Hung Tran, diretor do departamento de mercados de capital do IIF, disse que a proposta foi bem recebida pelos Brics.