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Estado de Minas

Israel ameaça criar sanções para impedir criação do Estado Palestino

Corte de repasse de taxas alfandegarias pode afetar pagamento de mais de 150.000 funcionários públicos


postado em 20/09/2011 18:39

Ministros israelenses ameaçam com medidas econômicas e políticas para sancionar o pedido de adesão de um Estado Palestino à ONU, que o presidente palestino Mahmud Abbas está determinado a apresentar na sexta-feira em Nova York. O chefe da diplomacia israelense, o nacionalista Avigdor Lieberman, advertiu sobre as "consequências duras e graves" da iniciativa palestina e ameaçou anular todos os acordos "fechados" com os palestinos.

Lieberman se referia em especial aos acordos de Paris (1994) entre Israel e a Organização de Libertação da Palestina (OLP), que preveem o reembolso por Israel das taxas alfandegárias e do IVA sobre os bens importados pelos palestinos que cruzam pelos portos e aeroportos israelenses.

Esses fundos, de um montante mensal de 60 milhões de euros, representam dois terços das receitas orçamentárias palestinas. Sem esse montante, a Autoridade Palestina não poderá garantir o pagamento de mais 150.000 funcionários.

Danny Ayalon, vice-ministro de Relações Exteriores, mencionou essa sanção no domingo na reunião de credores da Autoridade Palestina em Nova York. "A ajuda futura e a cooperação poderá ser comprometida de forma severa e irremediável caso a direção palestina continue violando os acordos assinados que regulamentam as relações econômicas entre Israel e a Autoridade Palestina", disse Ayalon.

Segundo ele, "Israel não terá obrigação alguma em relação ao suposto Estado palestino (...) criado artificialmente em violação a todos os acordos". O ministro das Finanças Yuval Steinitz também expressou a hipótese de um corte nas assistências à Autoridade Palestina.

Os palestinos "querem estabelecer um Estado sem paz, sem segurança, sem pôr fim ao conflito, sem reconhecer o Estado de Israel, sem assumir o mínimo compromisso. Tudo isso representa nosso pior pesadelo, e isso tem um preço", advertiu Steinitz.

Outro falcão da coalizão, Moshé Yaalon, ministro encarregado de Assuntos Estratégicos, elogiou a construção de milhares e casas nas colônias da Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Segundo a imprensa, vários líderes israelenses, assim como o poderoso lobby dos colonos, são favoráveis à anexação imediata dos blocos de colônias onda vive a maioria dos 300.000 israelenses instalados na Cisjordânia.

O primeiro-ministro de direita Benjamin Netanyahu afirmou que quer a anexação desses blocos, seja qual for o acordo estabelecido com os palestinos. Um funcionário do governo israelense afirmou, no entanto, que Netanyahu não decidiu ainda as eventuais medidas de resposta caso os palestinos levem a questão da criação de seu Estado ao Conselho de Segurança da ONU.

"Por enquanto, Benjamin Netanyahu deixa Avidgor Lieberman e outros ministros falarem, endossando que os Estados Unidos e os europeus deixaram claro que são contrários a qualquer sanção econômica".

Segundo o jornal Haaretz, o ministro da Defesa Ehud Barak, assim como o ministro encarregado da inteligência, Dan Meridor, moderado, são hostis por pragmatismo às represálias. De acordo com eles, provocar o naufrágio econômico da Autoridade Palestina pode levar a Cisjordânia ao caos, e Israel pagará as consequências em termos de violência e condenações internacionais.

O presidente Abbas informou ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre sua intenção de lhe entregar na sexta-feira a petição de adesão de um Estado da Palestina para que seja submetido ao Conselho de Segurança.


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