Em Gaza, apenas algumas dezenas de mulheres se manifestaram. Quando o movimento islâmico Hamas passou a administrar esta região, um acordo foi feito com o Fatah do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, para que manifestações que possam acentuar as divisões entre os dois não fossem convocadas.
Em Ramallah, a multidão se reuniu na histórica Praça Manara, no centro da cidade, sob uma imensa bandeira com os dizeres "Campanha nacional pela Palestina, o 194º Estado". A ONU possui atualmente 193 países membros.
Um grupo folclórico dançou músicas tradicionais e uma conhecida banda, a Al-Asheqeen, entoou uma canção chamada "Declarado", referindo-se ao Estado Palestino. "O povo pede a libertação da Palestina", bradavam os manifestantes.
"Exigimos que o mundo reconheça nosso Estado, como prometido há mais de 60 anos", proclamou a governadora de Ramallah, Leila Ghanan, referindo-se à resolução 181 de 29 de novembro de 1947, que prevê a criação de um Estado judeu e de outro árabe na Palestina.
Em Nablus, os manifestantes agitavam centenas de bandeiras nacionais e da "Campanha Palestina 194", além de fotografias do falecido líder histórico Yasser Arafat. Na multidão, religiosos muçulmanos, sacerdotes cristãos, representantes da pequena comunidade de samaritanos da Nablus e vinte membros do movimento judeu ultra-ortodoxo e anti-sionista Naturei Karta.
Abbas apresentará na sexta-feira o pedido de reconhecimento de um Estado Palestino como membro permanente da ONU, baseado nas fronteiras de 1967, que incluem a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
O porta-voz da Presidência palestina, Abil Abu Rudeina, afirmou à AFP que "o fim da ocupação de Israel e o reconhecimento do Estado Palestino é o único caminho para a paz no Oriente Médio". Esta declaração foi uma resposta ao presidente americano Barack Obama, que se pronunciou na ONU dizendo não existir nenhum atalho para resolver o conflito de Israel com a Palestina.
"Aceitaremos retomar as negociações quando Israel pôr fim à colonização e reconhecer as fronteiras de 1967", como base das discussões, acrescentou. "Estou convencido de que não existe atalho para colocar fim ao conflito que persiste durante décadas. A paz não virá de declarações e resoluções da ONU. Se fosse tão fácil, já teriam um lugar", declarou Obama na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York.