A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse nesta quarta-feira que o governo argentino poderá suspender um acordo que permite que os voos entre o Chile e as ilhas Malvinas façam escalas na Argentina, se a Grã-Bretanha não abrir negociações para devolver o disputado território no Atlântico Sul.
Cristina se referiu a um acordo firmado em 1999 que permite que um voo comercial entre o Chile e as Malvinas, operado pela Lan Chile, faça escalas duas vezes por mês em Rio Gallegos, na patagônia argentina. Cristina acusou a Grã-Bretanha de usar seu status como membro do Conselho de Segurança da ONU, com poder de veto, para ignorar as resoluções da ONU que determinam que Londres e Buenos Aires negociem um acordo permanente para as Malvinas.
A Argentina pede há longo tempo que a Grã-Bretanha devolva as Malvinas, as quais são controladas pelos britânicos desde 1830, bem como o arquipélago da Geórgia do Sul e as ilhas South Sandwich. Os dois países lutaram uma guerra breve e sangrenta pelo controle das ilhas em 1982, que terminou com uma humilhante derrota militar da Argentina.
A Grã-Bretanha afirmou repetidamente que sua soberania sobre os três arquipélagos, cuja maioria dos habitantes é de origem inglesa, não é negociável. "Enquanto as ilhas Falkland quiserem ser território soberano da Grã-Bretanha, elas deverão permanecer território soberano britânico. E ponto final", disse o primeiro-ministro britânico David Cameron ao Parlamento em junho.