Bento XVI mencionou algumas "questões fundamentais do direito, nas quais está em jogo a dignidade do homem, para as quais o princípio da maioria não basta e onde cada pessoa responsável deve buscar os critérios de sua própria orientação".
O Papa recordou que nos primeiros séculos da Igreja "a resistência a certos regulamentos jurídicos vigentes foi justificada". "Baseados nesta convicção, os combatentes da Resistências atuaram contra o regime nazista e outros regimes totalitários", enfatizou.
"Nós, os alemães (...) experimentamos como o poder se separou do direito, enfrentou o direito, como pisoteou o direito, de maneira que o Estado se converteu num instrumentos para a destruição do direito", acrescentou. "O Estado se transformou num bando de bandidos muito bem organizado, que pode ameaçar o mundo inteiro e empurrá-lo à beira do abismo", declarou o Papa, referindo-se à ditadura de Hitler.
Segundo o Papa, os direitos humanos, a igualdade de todos diante da lei, a inviolabilidade da dignidade humana encontram sua origem na fé em um "Deus criador". "A cultura da Europa nasceu do encontro entre Jerusalém, Atenas e Roma, do encontro entre a fé no Deus de Israel, na razão filosófica dos gregos e o pensamento jurídico de Roma".