"As crianças foram torturadas. Foram tratadas brutalmente: espancadas, esfomeadas e abusadas. Houve pouca justiça para essas vítimas", acrescentou.
"Aqueles que não cumpriram com suas obrigações como tutores, criados, clérigos, policiais e membros de ordens religiosas reconheceram sua responsabilidade", disse O'Gorman.
A católica Irlanda se comoveu com uma série de escândalos de abusos de religiosos contra menores divulgados por investigações judiciais locais, que deixaram em evidência que estes crimes foram ocultados durante décadas.
O'Gorman, que foi vítima deste tipo de atos, disse que os abusos tais como estão descritos em um informe judicial a partir de 1936 correspondem ao que agora é "a definição legal de tortura segundo a legislação internacional sobre direitos humanos".
O documento de investigação da Anistia "À vista" ("In Plain Sight"), lançado por iniciativa da ministra da Infância, Frances Fitzgerald, foi acompanhado por uma pesquisa que mostrou que a imensa maioria do povo irlandês considera que a sociedade tem sua parte de responsabilidade no ocorrido.
A pesquisa estabeleceu que 85% da população considera que "os membros individuais da sociedade poderiam ter feito algo para proteger estas crianças".
O'Gorman afirmou que a investigação sobre os abusos revelou o que ocorreu, mas não a razão.
"Estes abusos ocorreram não porque não sabíamos, mas porque muita gente preferiu fechar os olhos".