As negociações de paz entre Israel e palestinos estão paradas a mais de um ano.
A comunidade internacional, principalmente o Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, União Europeia, Rússia e ONU), também faz pressão para que as duas partes retomem o diálogo no próximo mês e cheguem a um acordo até o fim de 2012.
"Minha principal mensagem para as duas partes é: vocês não perdem nada retomando as negociações", afirmou Panetta aos jornalistas que o acompanharam no avião.
O secretário americano foi recebido por Barak pouco tempo depois de sua chegada a Tel Aviv, e deve se reunir até o fim do dia com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, após uma reunião com o presidente palestino Mahmud Abbas em Ramallah.
Sua visita na região acontece dez dias depois da entrega do pedido de adesão de um Estado da Palestina à ONU, ao qual Israel e Estados Unidos se opõem.
"Esperamos esclarecimentos, que ele nos diga se os Estados Unidos acreditam que um Estado palestino independente é consistente com seus interesses, e se for o caso, qual é a razão para uma oposição tão forte e irracional ao pedido de adesão de um Estado da Palestina", disse à AFP Nimr Hammad, conselheiro político de Abbas.
Segundo ele, a reunião de Panetta e Abbas será a oportunidade para verificar se os Estados Unidos pretendem usar seu direito de veto no Conselho de Segurança da ONU para pôr fim à iniciativa palestina.
Panetta afirmou no domingo que Israel está "cada vez mais isolado" no Oriente Médio.
"Acredito que para a segurança desta região, é realmente importante que façamos tudo o que for possível para ajudar (Israel) a restabelecer suas relações com países como a Turquia e o Egito".
Aos jornalistas que acompanharam Panetta no avião que o conduzia para o Oriente Médio, ele afirmou que não tem dúvidas sobre a superioridade militar de Israel em relação a seus vizinhos.
"Mas a questão à qual devemos nos debruçar é saber se é suficiente manter vantagem militar, enquanto se isolam na arena diplomática", acrescentou o secretário.
"Neste momento extraordinário que vive o Oriente Médio, enquanto se produzem tantas mudanças, não é bom para Israel se isolar, mas é isto que está acontecendo", acrescentou.
Panetta disse que quer discutir com os líderes israelenses a ameaça do programa nuclear do Irã, mas deu a entender que é desfavorável a um eventual ataque preventivo de Israel contra as bases nucleares iranianas.
"O melhor meio de tratar o Irã não é agir de maneira unilateral", declarou.