A maioria dos 468.000 homicídios cometidos no mundo em 2010 ocorreram na África e América Latina, e a maior parte das vítimas foram homens, revelou o Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Delito (UNODC) em um relatório divulgado nesta quinta-feira.
Na América Latina, o Brasil ocupa o primeiro lugar, ficando atrás da Venezuela e da Colômbia.
"Em 2010 foram cometidos 468.000 homicídios no mundo. Cerca de 36% deles ocorreram na África, 31% nas Américas, 27% na Ásia, 5% na Europa e 1% na Oceania", detalha a agência da ONU.
"Os homens jovens, particularmente na América Central e do Sul, no Caribe e na África Central e Austral, são os mais expostos ao risco de homicídio intencional", acrescenta.
Nos países mais afetados, especialmente na América Central, um jovem de 20 anos entre 50 será assassinado antes de completar 31 anos.
Se os homens são majoritariamente vítimas e autores dos homicídios - em 80% dos casos -, a UNODC destaca que as mulheres são, em geral, vítimas da violência doméstica ou relacionada com a família. Na Europa, em 2008 cerca de 80% das vítimas fatais atacadas por eram mulheres.
A agência assinala que nos 42% dos homicídios cometidos 2010 foram utilizadas armas de fogo. Na América Central e Caribe foram utilizadas em 75% dos casos.
"É crucial que as medidas de prevenção contra o crime incluam política que resultem na ratificação e aplicação do Protocolo das Nações Unidas sobre as armas de fogo para um controle melhor", declarou o diretor executivo da UNODC, Yuri Fedotov, citado no comunicado.
A UNODC destaca, além disso, uma "clara relação entre a criminalidade e o desenvolvimento".
"A criminalidade recorrente é tanto a causa maior e uma consequência da pobreza, da insegurança e do subdesenvolvimento", insiste a UNODC, enfatizando que os países com fortes disparidades de rendas têm quatro vezes mais risco de sofrer crimes violentos que as sociedades mais igualitárias.
O estudo mostra também que as bruscas mudanças econômicas podem fazer subir a taxa de homicídios: em alguns países, os assassinatos foram muito mais durante a crise financeira de 2008-2009.