Jornal Estado de Minas

Argentina condena policiais à prisão perpétua por crimes durante ditadura

Atualmente, há mais de 800 processados em todo o país, metade já tem ao menos um processo levado a julgamento

AFP
Um tribunal da província argentina de Mendoza condenou nesta quinta-feira à prisão perpétua quatro policiais por crimes de lesa-humanidade cometidos durante a ditadura (1976-1983). Os policiais condenados foram julgados em oito processos por violações aos direitos humanos contra 24 vítimas, entre elas o conhecido escritor Francisco "Paco" Urondo. O Tribunal Federal de Mendoza impôs as condenações máximas previstas pelo Código Penal aos ex-delegados Eduardo Smaha e Juan Agustín Oyarzábal e aos ex-policiais Alberto Rodríguez Vázquez e Celustiano Lucero. No entanto, o tribunal impôs ao policial Angel Bustelo 12 anos de prisão por privação abusiva de liberdade agravada e absolveu o ex-tenente Dardo Migno. Desde 1983 foram condenadas 240 pessoas na Argentina por crimes de lesa-humanidade cometidos durante o último regime militar e algumas delas têm mais de uma condenação, informou nesta quinta-feira a Procuradoria Geral argentina. Durante 2010, foram concluídos 19 julgamentos nos quais 119 pessoas foram julgadas, das quais 110 foram condenadas (98 condenações novas e 12 que já tinham condenações anteriores) e nove foram absolvidas, segundo a fonte. Os ex-ditadores Jorge Videla e Reynaldo Bignone são alguns dos ex-chefes do regime que foram condenados à prisão perpétua. Mais de uma dezena de julgamentos por violações aos direitos humanos estão em marcha na Argentina, onde cerca de 30.000 pessoas foram desaparecidas durante o regime militar, segundo entidades humanitárias.