Sem Kadafi, Brasil espera fim da violência na Líbia
Declaração foi dada pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota
Em Luanda (Angola), o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse nesta quarta-feira que a expectativa é que a violência na Líbia chegue ao fim, depois da captura e possível morte de Muamar Kadafi, ex-líder líbio. "O Brasil espera que a violência na Líbia cesse, que as operações militares se encerrem e que o povo líbio siga nas suas aspirações e anseios, no espírito de diálogo e de reconstrução", disse.
Acompanhando a presidenta Dilma Rousseff à África, o chanceler disse ter sido informado sobre a captura de Kadafi às 13h37 horário local (10h37 no horário de Brasília) %u2013 no momento em que a presidenta estava reunida com o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos. Patriota interrompeu a reunião para informar os presidentes que, depois de saberem da notícia, deram continuidade à reunião.
Nessa terça-feira, durante o Fórum do Ibas (Índia, Brasil e África do Sul), em Pretória (África do Sul), Dilma e os representantes da África do Sul e da Índia condenaram as ações militares na Líbia. Tradicionalmente, o Brasil é contrário às medidas e defende a busca pacífica e o caminho do diálogo.
No entanto, desde março, a comunidade internacional, por intermédio da Otan, aprovou uma área de exclusão aérea na Líbia. Na prática há ações militares em áreas específicas do país sob a alegação da necessidade de proteger a população civil. Porém, o Brasil é contrário à iniciativa.
"Na Líbia, atuamos orientados pela certeza de que intervenções armadas e especialmente as realizadas à margem do direito internacional não trazem a paz nem protegem os direitos humanos", disse Dilma.
Infográfico mostra local onde Kadafi foi morto enquanto tentava fugir em um comboio - Foto: Soraia Hippert/ E.M / D.A Press