Os famosos transformam em moda o movimento "Ocupem Wall Street"
Desde a ocupação da Praça Zuccotti perto de Wall Street, em 17 de setembro, várias celebridades passaram pelo local, em sinal de apoio aos manifestantes
O movimento de protesto "Ocupem Wall Street" está conseguindo ajuda da parte de amigos famosos, como o ator Alec Baldwin, embora, segundo analistas, esse vínculo possa até trazer riscos para o movimento que entra no segundo mês, em Nova York.
Baldwin, protagonista da série de televisão "30 Rock", engrossou na noite desta quarta-feira a lista dos famosos que visitaram os ativistas de "Ocupem Wall Street" (OWS), pedindo que prestem atenção a alguns objetivos.
"A OWS tem que se unir em torno a algumas políticas legislativas. A estratégia de 'ocupar' pode ser efetiva. Mas deve estar de acordo com cada entidade", escreveu Baldwin em sua página popular do Twitter, depois de visitar durante duas horas os manifestantes, no centro de Manhattan.
"Se o OWS acender a faísca da campanha pela reforma financeira, seria medida de sucesso", acrescentou Baldwin, referindo-se à pressão para reformar o financiamento das campañas eleitorais que envolve vários milhões de dólares, pondo muito dinheiro das corporações na política.
O primeiro foi o cineasta Michael Moore, conhecido por seus documentários críticos ao capitalismo e à direita americana. Outros famosos a visitar o acampamento dos ativistas perto da Bolsa de Nova York foram os atores Tim Robbins e Susan Sarandon, o 'rapper' Kanye West, o reverendo Jesse Jackson, líder da luta pelos direitos civis.
A viúva de John Lennon, Yoko Ono, não foi o local, mas deu seu apoio: "John está sorrindo para o 'Ocupem Wall Street'", disse. Também o ator Sean Penn somou-se às expressões de solidaridade ao movimento.
Rich Hanley, especialista em comunicações e cultura popular da Universidade Quinnipiac, acha que a presença de famosos concede, com certeza, um impulso ao movimento.
Mas isto também poderia ser uma faca de dois gumes. Alguns como Michael Moore, diretor de "Fahrenheit 911" e "Bowling for Columbine", poderiam ser vistos como figuras muito políticas para os manifestantes, que querem permanecer fora do circuito habitual.
Levando-se em conta que os ativistas dizem representar 99% dos americanos contra o 1% dos muito ricos, o que fazer com Kanye West e outros milionários que fizeram breves aparições para demonstrar solidariedade aos jovens idealistas? West, amante da ostentação e dos Mercedes Maybach, com preços de até meio milhão de dólares, visitou o local no começo do mês junto com o magnata Russell Simmons.