O presidente Barack Obama anunciou nesta sexta-feira que os Estados Unidos vão retirar todas as suas tropas do Iraque até o final de dezembro. "Como prometido, o restante de nossas tropas no Iraque voltarão para casa até o final do ano", disse Obama em declarações na Casa Branca. "Após quase nove anos, a guerra da América no Iraque chegará ao fim."
O anúncio assinala o iminente fim da guerra que custou aos Estados Unidos mais de US$ 800 bilhões e a vida de 3.525 militares norte-americanos. Ele fez o anúncio após ter falado com o primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, sobre o treinamento e o fornecimento de equipamentos para as forças iraquianas. O primeiro-ministro vai visitar a Casa Branca em dezembro.
"Afinal, o Iraque terá alguns dias difíceis pela frente", disse Obama. "Os Estados Unidos vão continuar a ter interesses num Iraque que é estável, seguro e autoconfiante".
Integrantes do governo Obama haviam considerado a possibilidade de estender a presença norte-americana para além do final deste ano, deixando um contingente de 3 mil a 5 mil homens para questões de contingência. A proposta era controversa e dividiu integrantes do governo. Mas o anúncio presidencial encerrou e debate e marca o fim da presença militar norte-americana em território iraquiano.
Ao declarar que a guerra no Iraque estará encerrada até o final do ano, Obama disse estar cumprindo uma promessa de campanha feita quando ele foi eleito em 2008. Sua posição inicial contrária à guerra do Iraque foi um dos fatores que o levaram à presidência e ele prometeu encerrar o conflito.
Mas nas negociações com um governo iraquiano dividido não foram adiante por causa da questão de se as forças norte-americanas teriam certa imunidade no período que em servissem no país. Os militares costumam exigir esse tipo de proteção como condição para enviar as tropas para o exterior, mas as autoridades iraquianas recusaram.
Atualmente há cerca de 45 mil soldados no Iraque que devem ser retirados até o final deste ano. Mas mesmo com uma retirada total das tropas, um pequeno número de militares vai permanecer em Bagdá e em instalações diplomáticas norte-americanas para ajudar o Iraque em questões como compra de sistemas de armas norte-americanos, mas não haverá um programa de treinamento militar de longo prazo.