Com um a cada dois jovens desempregado, a Espanha já se prepara para uma década turbulenta e de aperto de cintos. Estimativas do governo apontam que, mesmo se tudo correr bem, em 2016 o desemprego ainda será duas vezes superior ao que existia em 2007. No país, o temor é de que, com o novo pacote aprovado pela União Europeia (UE), a recuperação se transforme em uma tarefa ainda mais dura.
O que preocupa os espanhóis é a exigência de recapitalização dos bancos, que na Espanha poderá consumir 26 bilhões e outros 80 bilhões no resto da Europa. Oficialmente, os bancos atingirão essa meta captando recursos no mercado e diminuindo seus lucros. Mas o temor é de que o objetivo seja alcançado reduzindo créditos e fechando as torneiras. O que alarma a muitos é que, por enquanto, a UE não indicou como é que forçaria os bancos a atingir essa capitalização e ao mesmo tempo continuar emprestando.
Na prática, o alerta é um só: as exigências aos bancos podem levar a um corte de créditos às empresas que, como consequência, aumentariam as demissões. Na semana passada, a taxa de pessoas sem trabalho atingiu 21,5%, cerca de 5 milhões de espanhóis. Em 2007, era apenas 1,7 milhão, 7% da população. Segundo o governo, a Espanha terá de esperar até 2016 para voltar a ter uma taxa de desemprego de 16%, duas vezes ainda superior aos números de 2007.