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Estado de Minas

Presidente da Síria alerta contra intervenção


postado em 30/10/2011 13:13

O presidente da Síria, Bashar al-Assad, alertou hoje contra a intervenção do Ocidente no país, onde um levante popular já dura sete meses. Segundo Assad, uma interferência externa desencadearia um "terremoto" que "queimaria toda a região".

Os comentários de Assad, publicados em uma entrevista para o jornal britânico Sunday Telegraph, são uma resposta a uma série de pedidos de seus opositores para a imposição de uma zona de exclusão aérea no país. Confrontos entre as forças de segurança e manifestantes armados deixaram pelo menos 30 soldados mortos ontem.

"A Síria agora é o centro da região. É a linha divisória e se vocês brincarem com o solo vão causar um terremoto", disse Assad. "Vocês querem ver outro Afeganistão, ou dezenas de Afeganistãos?".

Em outra entrevista, veiculada hoje pela emissora estatal de televisão da Rússia, Channel One, Assad elogiou o veto russo de uma resolução apresentada pela Europa no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que visava impor sanções contra a Síria. Ele disse que o país vai continuar contando com o apoio russo. "Nós estamos confiando na Rússia como um país com o qual temos fortes laços históricos".

Os comentários do presidente sírio parecem refletir a crescente preocupação do seu regime com uma possível intervenção estrangeira, após a recente morte do ditador líbio Muamar Kadafi que foi derrubado por uma revolução popular que contou com o apoio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Os líderes da oposição síria não convocaram um levante armado, como o que ocorreu na Líbia, e a maior parte é contra uma interferência externa. Além disso, os Estados Unidos e seus aliados não parecem muito dispostos a intervir em outro conflito interno árabe. Mas com o impasse na revolta, alguns manifestantes sírios começaram a solicitar uma zona de exclusão aérea, temendo que o governo possa usar sua força aérea agora que os desertores do exército estão se tornando mais ativos na luta contra as forças de segurança.

O Observatório Sírio para Direitos Humanos, que tem sede em Londres, disse que um conflito na noite de ontem na cidade de Homs entre soldados e homens armados supostamente desertores do exército deixou pelo menos 20 soldados mortos e 53 feridos. Além disso, homens armados teriam emboscado um ônibus que transportava oficiais das forças de segurança, na província de Idlib, matando pelos menos dez agentes. Um dos rebeldes também teria sido morto.

A Associated Press não pôde verificar os números informados pelos ativistas. A Síria baniu a maior parte da imprensa estrangeira e restringiu a cobertura local, tornando impossível uma confirmação independente dos eventos. A agência estatal de notícias SANA disse que sete membros da polícia e do exército, que foram mortos em Homs e nos subúrbios de Damasco, foram enterrados hoje.

Em uma demonstração de apoio ao governo de Assad, milhares de sírios carregando fotos do presidente e bandeiras do país se reuniram hoje em uma praça na cidade de Sweida, cerca de 110 quilômetros ao sul de Damasco, perto da fronteira com a Jordânia.


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