A China, país mais populoso do mundo, com mais de 1,3 bilhão de habitantes, vai manter sua rígida política de permitir apenas um filho por casal, apesar dos pedidos para relaxar a legislação. Segundo especialistas, essa medida de controle populacional já evitou o nascimento de quase 500 milhões de bebês desde sua introdução, em 1979. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial deve chegar a 7 bilhões de habitantes nesta segunda-feira.
Entretanto, com o envelhecimento da população, a política do filho único está se tornando uma "bomba-relógio" demográfica, gerando enormes problemas econômicos e sociais para o país, além de exacerbar um desequilíbrio no porcentual por gênero. "O excesso de população continua a ser um dos maiores desafios para o desenvolvimento econômico e social", disse Li Bin, diretor da Comissão Estatal de População e Planejamento Familiar em uma entrevista para a agência de notícias Xinhua. "Manter e aprimorar a política de planejamento familiar existente e conservar uma taxa de reprodução baixa, juntamente com o combate aos problemas de desequilíbrio entre os sexos e envelhecimento da população, serão as maiores tarefas no futuro", comentou.
Os críticos acusam a política do filho único de criar um desequilíbrio entre os sexos - abortos e assassinatos de bebês do sexo feminino não são raros no país. Essa medida também coloca uma enorme pressão sobre os filhos, que terão de sustentar os pais e avós depois de crescer.
A província de Guandong, no sul da China, pediu em julho ao governo central permissão para relaxar parcialmente a legislação permitindo que casais onde apenas um dos pais é um filho único tenham um segundo bebê. Mas Zhang Feng, diretor da comissão de população da província, disse que não haverá "grandes ajustes na política de planejamento familiar nos próximos cinco anos".