Abaladas pelas críticas sobre como tem ligado com os manifestantes anticapitalistas que acampam na sua porta, dirigentes da catedral de São Paulo, em Londres, informaram nesta terça-feira que suspenderam a ação legal para retirar as pessoas do movimento Ocupe Londres da área ao redor da igreja.
Buscando recuperar seu caráter de superioridade moral e ética depois de ter se mostrado contrária aos manifestantes, a liderança da catedral disse em comunicado que decidiu desistir da ação legal após conversas até altas horas com o bispo de Londres, que é responsável pela catedral. Mas a administração da City of London, espécie de subprefeitura onde está localizada a catedral, pretende manter a ação legal para retirar os manifestantes.
O bispo Richard Chartres também convidou o ex-presidente do UBS Europe, Ken Costa, para liderar "uma iniciativa que reconecte o setor financeiro com a ética", diz o comunicado, acrescentando que o projeto "receberá o apoio de pessoas públicas e ligadas à cidade e à igreja". Localizada no distrito financeiro de Londres a catedral de São Paulo é a principal igreja da cidade para os anglicanos.
"Os sinos de alerta estão tocando em todo o mundo. A catedral de São Paulo ouviu o chamado", disse o bispo Chartres em comunicado. "A decisão de hoje significa que as portas estão mais enfaticamente abertas para nos envolvermos com questão relativas não apenas àqueles que acampam ao redor da catedral, mas com milhões de outras pessoas neste país e em todo o mundo."
Os manifestantes permaneceram em frente a catedral depois que tiveram o acesso negado à Bolsa de Valores de Londres, que fica nas proximidades.
Inicialmente, a catedral recebeu bem os manifestantes, mas posteriormente decidiu por uma ação legal contra eles, o que fez um clérigo deixar sua funções em protesto. Na segunda-feira, o decano da catedral, reverendo Graeme Knowles, também renunciou, afirmando que as críticas contra a forma como a igreja tem lidado com a questão tornaram sua posição "insustentável".
O órgão que dirige a catedral disse que as últimas semanas foram "um período de enormes dificuldades para a catedral". "Preocupações legais têm estado no primeiro plano nas últimas semanas, mas agora é hora de as questões espirituais e teológicas virem à tona", disse Michael Colclough, pastor da catedral e membro da direção da igreja, em comunicado.