Nesta segunda-feira o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad declarou que Estados Unidos e Israel desejam atacar o Irã para combater a crescente influência da República Islâmica e advertiu contra qualquer agressão ao país, em uma entrevista ao jornal egípcio Al-Akhbar. "O Irã aumentou suas capacidades e continua progredindo, e por esta razão é capaz de rivalizar com o mundo. Agora Israel e o Ocidente, em especial os Estados Unidos, temem as capacidades e o papel do Irã", disse Ahmadinejad. "Buscam apoio internacional para suprimir a influência (do Irã). Os arrogantes devem saber que o Irã não permitirá esta agressão", completou.
O presidente israelense, Shimon Peres, considerado um "moderado" ao contrário do "falcão" Netanyahu, afirmou no domingo que "a possibilidade de um ataque militar contra o Irã parece mais próxima que a opção diplomática".
A Rússia advertiu nesta segunda-feira a Israel que um ataque contra o Irã seria um "erro muito grave" capaz de provocar mais conflitos e causar vítimas civis. "Seria um erro muito grave com consequências imprevisíveis", disse o chanceler russo Serguei Lavrov. "Não pode existir nenhuma solução militar para o problema nuclear iraniano, como não pode existir para nenhum outro problema do mundo contemporâneo", completou Lavrov.
Segundo fontes diplomáticas ocidentais, a AIEA deve publicar informações que respaldam as suspeitas sobre o caráter militar do programa nuclear iraniano, apesar dos desmentidos do governo de Teerã, que admite apenas objetivos civis.
Um importante religioso conservador iraniano, o aiatolá Ahmad Khatami, pediu nesta segunda-feira ao diretor-geral da AIEA, o japonês Yukiya Amano, que não atue como um instrumento dos Estados Unidos contra o Irã. "Se Amano atuar como um instrumento sem vontade nas mãos dos Estados Unidos, publicando mentiras e apresentando-as como documentos, a AIEA perderá a escassa reputação que resta", declarou Khatami em um discurso por ocasião do Aid (Festa do Sacrifício).