O embaixador do Irã na Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Ali Asghar Soltaniyeh, disse nesta quarta-feira que o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad, manterá seu programa nuclear. A afirmação ocorre no dia seguinte ao vazamento de um relatório da Aiea, informando que o programa nuclear iraniano é suspeito por apresentar indicações de produção de armas nucleares. “O Irã não abandonará nunca os seus direitos legítimos" , disse o embaixador. “O Irã é um país responsável e continuará a respeitar as suas obrigações no quadro do Tratado de não Proliferação Nuclear", acrescentou Soltaniyeh, acrescentando que as informações representam um “erro histórico”.
Para Soltaniyeh, o documento é uma "repetição de antigas alegações, que o Irã já provou não terem fundamento”. O embaixador referiu-se a um relatório, enviado há quatro anos pelo governo iraniano à agência, contendo 117 páginas, no qual nega a produção de armas nucleares. “Durante os últimos oito anos, não houve qualquer prova de desvio de material nuclear para fins militares", disse.
A divulgação de parte do relatório da Aiea, informando que no Irã o programa nuclear é desenvolvido para fins não pacíficos, foi recebido com cautela pelo governo do Brasil.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Tovar Nunes, disse à Agência Brasil que ainda é cedo para fazer previsões e que a expectativa está reservada para a análise dos dados pela agência. "Esperamos a divulgação e as explicações oficiais da Aiea sobre o relatório e o que ele contém. Por enquanto, é cedo para previsões", disse o porta-voz. Segundo ele, o que vazou do documento está sendo submetido a análise por parte do Itamaraty, mas o governo aguarda a divulgação oficial dos dados na sexta-feira (11).
O embaixador acrescentou que o governo brasileiro defende a busca do diálogo e o esforço para o desenvolvimento de um programa nuclear com fins pacíficos. “A nossa posição é sempre pela busca da negociação e do diálogo, além da defesa do desenvolvimento de um programa nuclear para fins pacíficos", disse Tovar.