O novo primeiro-ministro da Itália, Mário Monti, de 68 anos, vai aceitar oficialmente nesta quarta-feira o convite para ocupar o cargo durante a reunião com o presidente italiano, Giorgio Napolitano. Em seguida, deve ser anunciada a equipe de governo que vai compor sua gestão. Monti está sob pressão para formar um governo de tecnocratas que possam diminuir a dívida pública de 1,9 trilhão de euros (cerca de R$ 4,5 trilhões) da Itália e restaurar o crescimento econômico.
Nos últimos dias, desde que foi indicado, Monti se reúne com políticos em busca de acordos. Ele conta com o apoio de diversos partidos políticos, mas ainda precisa da aprovação do Senado e da Câmara dos Deputados para executar o pacote de austeridade. O Partido Liga do Norte, de direita, informou que não dará apoio ao governo Monti.
Monti foi convocado depois de Napolitano ter concluído as consultas com os partidos com representação parlamentar, os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados e ex-presidentes da República, para encontrar uma solução para a crise aberta com a demissão, no dia 5, de Silvio Berlusconi.
A cerimônia de posse deve ocorrer ainda hoje. A solenidade conta com dois discursos – de Berlusconi, que deixa o cargo, e de Monti que assume a nova função. Em seguida, ele irá ao Parlamento para receber um voto de confiança. O objetivo, segundo Monti, é permanecer no poder até as eleições gerais de 2013. O novo primeiro-ministro ainda não revelou detalhes das reformas econômicas que tentará implementar.
No entanto, o clima ainda é de tensão na Itália. Em meio à incerteza sobre a situação econômica do país, negociadores de títulos elevaram nessa terça-feira o custo para os empréstimos em índice acima de 7%. O mesmo valor fez com que a Grécia, a Irlanda e Portugal aceitassem pacotes de resgate da União Europeia.
Os juros para empréstimo na Itália atingiram o recorde de 7,48% na última semana, diminuindo a confiança dos investidores e apressando a partida de Berlusconi.