Jornal Estado de Minas

Publicidade da Benetton mostra Bento XVI beijando imã egípcio

Campanha tem seis montagens com lideres mundias se beijando e divulga uma campanha contra o ódio

- Foto: https://www.repubblica.it/cronaca/2011/11/16/foto/il_bacio_del_papa_il_marketing_di_benetton-25088931/1/?ref=HRESS-3
Mais uma vez o grupo italiano Benetton optou por imagens de impacto para sua publicidade, mostrando, desta vez, uma montagem do Papa Bento XVI beijando na boca o imã sunita Al-Azhar, Ahmed el Tayyeb, em nome da luta "contra o ódio".
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A fotomontagem, que faz parte da nova campanha "United Colors of Benetton" chamada "UNHATE" ("não ódio"), está sendo apresentada nesta quarta-feira por Alessandro Benetton, vice-presidente do Benetton Group, em Paris. Já começou a circular pela internet e num banner gigante colocado perto do castelo de Sant'Angelo, em Roma.

Luca Borgomeo, presidente da Associação dos telespectadores católicos italianos, pediu a retirada imediata da publicidade: "Será que a Benetton não podia conceber qualquer coisa melhor?", indagou.

Uma outra imagem impactante foi colocada em outro banner diante da catedral de Milão, mostrando Barack Obama beijando o presidente chinês, Hu Jintao.

O grupo Benetton e seu fotógrafo Oliviero Toscani tornaram-se célebres por suas fotomontagens provocadoras nos anos 90, entre elas a de uma irmã de caridade sedutora, que se apresenta vestida num hábito branco beijando um jovem padre de batina preta.

O fotógrafo italiano comprometeu-se com temas ligados à liberdade sexual, Aids e mais geralmente contra descriminações a comunidades, raças e culturas.

As relações entre o Papa e o imã de Al-Azhar são difíceis, principalmente depois que Bento XVI expressou solidariedade às vítimas do atentado que fez 21 mortos numa igreja de Alexandria, no dia 1º de janeiro passado. O imã interpretou os protestos como uma intromissão do Vaticano nos assuntos religiosos de seu país. O Vaticano ainda não reagiu à publicidade.

"Trata-se de imagens simbólicas - com um toque de esperança irônico e de provocação construtiva - para promover uma reflexão sobre a maneira pela qual a política, a religião, as ideias, mesmo se opostas e diversas, podem levar ao diálogo e à mediação", justificou-se a Benetton.