Jornal Estado de Minas

Polícia e manifestantes entram em choque na Grécia

Embora pesquisas de opinião mostrem que o governo de Papademos tem amplo apoio popular, muitos gregos estão exaustos com as medidas de austeridade adotadas nos últimos dois anos

Agência Estado
LOUISA GOULIAMAKI / AFP - Foto: Manifestantes protestam contra novas medidas de austeridade do governo grego Confrontos entre a polícia e jovens irromperam na frente do Parlamento grego nesta quinta-feira, quando cerca de 10 mil manifestantes, segundo a polícia, tomaram as ruas do centro de Atenas em protesto contra novas medidas de austeridade. Os jovens jogaram bombas e pedras na polícia, que respondeu com o disparo de gás lacrimogêneo. Pelo menos duas pessoas foram detidas. As manifestações em Atenas se seguem a um impasse político que durou quase duas semanas e só acabou quando os dois maiores partidos, o socialista Pasok e a Nova Democracia, de centro-direita, concordaram em formar um governo de unidade, chefiado pelo premiê Lucas Papademos. Analistas políticos dizem que os protestos de hoje refletem o humor das ruas frente às novas medidas de austeridade, que a Grécia terá que adotar se quiser receber o segundo pacote de auxílio da União Europeia (UE), de %u20AC 130 bilhões. Um segundo protesto está previsto para mais tarde nesta quinta-feira em Atenas, liderado pelo sindicato Pame, ligado aos comunistas. O 17 de novembro marca na Grécia o aniversário de uma rebelião estudantil em 1973 que levou ao fim da ditadura militar alguns meses depois, em 1974. Normalmente, grupos estudantis e de sindicalistas marcham até a Embaixada dos Estados Unidos em Atenas, uma vez que os EUA são vistos como cúmplices porque apoiaram a junta militar.