Na véspera, as autoridades líbias afirmaram que querem que o TPI continue com sua investigação sobre Saif al Islam Kadafi, segundo afirmou o procurador-geral do tribunal, Luis Moreno Ocampo.
O filho do ex-líder líbio foi capturado na semana passada no sul da Líbia e é alvo de uma ordem de prisão do TPI por crimes contra a humanidade, mas Trípoli afirmou que quer julgá-lo em seu território. "Querem que continuemos com a investigação, para encerrar a investigação se conseguirmos", declarou à AFP Moreno Ocampo, em visita a Trípoli para abordar o caso de Saif al Islam Kadafi com as autoridades líbias.
Anteriormente, havia dito aos jornalistas que os líbios tinham "o direito de fazer justiça eles mesmos". Kadafi, o último filho foragido do falecido ex-líder da Líbia, e procurado pelo TPI por supostos crimes contra a Humanidade, foi detido no dia 19.
Segundo chefes militares do CNT, há um mês Saif al-Islam ficou ferido no bombardeio contra seu comboio quando deixava Bani Walid (170 km a sudeste de Trípoli) na queda desse bastião kadhafista em meados de outubro.
Desde 27 de junho, Saif al-Islam, de 39 anos, era alvo de uma ordem de captura do TPI por suspeitas de crimes contra a Humanidade. Ele é acusado de ter tido "um papel-chave para executar um plano" concebido por seu pai para "reprimir por todos os meios" o levante popular.
O primeiro-ministro líbio interino, Abdel Rahim al-Kib, afirmou que Saif al-Islam Kadhafi, terá um "julgamento justo, no qual os direitos e a lei internacional estejam garantidos".
A Anistia Internacional e a Human Rights Watch pediram que CNT entregue Saif al-Islam ao TPI para evitar "o que aconteceu com Muamar e Muatasim Kadafi", ambos mortos depois de terem sido capturados vivos.
Saif al-Islam apareceu em público pela última vez na noite de 22 de agosto quando a rebelião o dava como capturado. O filho de Kadhafi apareceu diante de jornalistas estrangeiros assegurando que tudo estava "bem" em Trípoli, algumas horas antes da queda do quartel-general de seu pai na capital líbia.
O conflito na Líbia terminou no dia 23 de outubro com a proclamação da "libertação total" do país, três dias depois da morte de Muamar Kadafi.