Almagro afirmou que "o Uruguai sabia que Sarkozy tem há muito tempo uma postura muito forte contra a evasão fiscal" e, por isso, Montevidéu decidiu que "um dos primeiros países com os quais iria trabalhar esse tema era a França".
Após uma curta passagem pela "lista negra" de paraísos fiscais estabelecida pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Uruguai integra desde abril de 2009 a "lista cinza" de nações que não implementaram todos os padrões internacionais de cooperação em matéria tributária.
Desde então, o país ratificou convênios de tributação com Espanha, México e França e tem sete em processo de aprovação no Parlamento (com Portugal, Suíça, Alemanha, Índia, Liechtestein, Malta e Equador).
Nesta quinta-feira, o presidente José Mujica defendeu a estratégia adotada após as declarações de Sarkozy e rebateu as críticas da oposição, que acusou a Argentina (país com o qual não se chegou a um acordo de trocas de informação e de onde são provenientes cerca de 20% dos investimentos na praça financeira) de estar por trás da postura francesa.
Em declarações no programa de rádio "Fala presidente", Mujica disse que em vez de sair para protestar contra os países da região, optou-se por buscar aliados. "Nós saímos para buscar aliados, tentando isolar a conduta do presidente francês", disse Mujica, defendendo sua "política de boa vizinhança" em questões diplomáticas e assegurando que, "com a Argentina, é preciso ter paciência estratégica".
Nas últimas semanas Mujica viajou para México e Brasil, onde recebeu o apoio explícito para o Uruguai após as declarações de Sarkozy.