Na terça-feira desta semana, a embaixada britânica e um complexo residencial da delegação em Teerã foram atacados por um suposto grupo da milícia radical Basij, mas o governo do Reino Unido alega que os protestos foram permitidos pela elite que governa o Irã.
O episódio aumentou ainda mais o isolamento do país. Alemanha, França e Holanda chamaram de volta seus embaixadores que estavam no Irã, já Itália e Espanha convocaram os representantes iranianos para expressar a condenação aos ataques. Hoje um diplomata francês afirmou que o país decidiu reduzir "temporariamente" o tamanho da sua embaixada em Teerã, como uma "medida preventiva".
O fato do governo iraniano ter impedido a cerimônia de recepção no aeroporto hoje aos diplomatas mostra a existência de divergências entre o grupo do presidente Mahmoud Ahmadinejad e alguns setores mais radicais da administração. Ahmadinejad condenou o ataque ao complexo diplomático e se opôs à redução no nível das relações diplomáticas com o Reino Unido. Já Mohammad Mohammadian, representante do supremo líder do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, elogiou os manifestantes que atacaram a embaixada, dizendo que eles atingiram o "epicentro da sedição".
O embaixador britânico no Irã, Dominick Chilcott, que já está de volta ao Reino Unido, deu novos detalhes sobre os ataques, afirmando que a experiência foi assustadora. "Nós não tínhamos noção de como aquilo iria terminar", comentou, descrevendo como a multidão destruiu móveis, devastou cômodos, pichou paredes e rasgou um quadro da rainha Vitória, enquanto a equipe diplomática se refugiava em uma área segura do complexo.
A certa altura, o grupo iniciou um incêndio dentro da chancelaria, forçando a equipe britânica a abandonar a área onde estava refugiada e subir por uma escada de incêndio para conseguir deixar o prédio. Um pequeno número de policiais os escoltou a outro prédio dentro do complexo e os orientou a deitar no chão. Segundo o embaixador, sete funcionários que estavam em outro prédio que também foi atacado foram capturados pelos manifestantes e tratados "muito rudemente". As informações são da Associated Press.