Mais de 10 mil italianos protestam em Florença contra racismo
Ao menos 10 mil pessoas protestaram neste sábado contra o racismo em Florença, região central da Itália, onde um militante de extrema direita matou na terça-feira passada dois vendedores ambulantes senegaleses e feriu outros três a tiros.
"Devemos trabalhar verdadeiramente a favor da coexistência pacífica e o respeito. Isso deve ser uma verdadeira luta e não apenas fachada", disse um porta-voz da comunidade senegalesa, Pape Diaw.
Segundo a polícia, os manifestantes somavam cerca de 10.000 enquanto os organizadores estimaram em 12.000. Um senador do Partido Democrático (centro-esquerda), Vannino Chiti, que participava da manifestação, pediu que a lei italiana permita aos filhos de imigrantes obter a nacionalidade italiana e pediu "um forte compromisso de todos contra o racismo".
Centenas de pessoas protestaram também em Milão (norte), enquanto que imigrantes senegaleses protestaram em Bolonha (centro) e em Nápoles (sul).
Na terça-feira, Gianluca Casseri, um morador de Florença, matou dois vendedores ambulantes senegaleses. Um terceiro vendedor de 37 anos foi levado em estado grave a um hospital da capital toscana. "Ficará paraplégico", segundo um porta-voz da polícia.
O agressor, de 50 anos, feriu outros dois vendedores ambulantes e depois se suicidou. Militava em um movimento de extrema direita, o Casa Pound. Antes da manifestação deste sábado, vários membros da comunidade senegalesa pediram a dissolução imediata dessa organização.
O homem iniciou sua correria assassina em um mercado de rua localizado na Praça Dalmazia, em um bairro popular periférico localizado ao norte de Florença, onde abriu fogo contra um grupo de vendedores ambulantes, a maioria imigrantes africanos.
O assassino, armado com um revólver Magnum 357, dirigiu-se posteriormente ao mercado de San Lorenzo, no centro histórico, um dos locais mais frequentados da cidade, onde feriu duas pessoas, também imigrantes senegaleses.
Pouco depois, o assassino se suicidou na mesma praça com sua própria arma, quando aparentemente a política o encurralou, segundo as autoridades locais.