A cirurgia será realizada no próximo dia 4, no hospital privado Austral, onde Kirchner permanecerá "internada durante 72 horas". O período de "convalescença será de 20 dias", segundo o porta-voz. O vice-presidente argentino, Amado Boudou, assumirá a direção do país entre os dias 4 e 24 de janeiro, acrescentou Scoccimarro.
A operação será realizada pelo doutor Pedro Saco, chefe do departamento de Cirurgia do Hospital Austral e do Serviço de Cabeça e Colo do Instituto de Oncologia 'Dr. Angel H. Roffo', da Universidade de Buenos Aires.
A presidente manterá sua agenda normal nesta quarta-feira, e receberá pela manhã, na Casa Rosada, os governadores das províncias. Mais tarde, no Salão Branco, presidirá a cerimônia de entrega de insígnias aos oficiais superiores do Exército, Marinha e Força Aérea, revelou o porta-voz.
Kirchner, 58 anos, vinha sofrendo de quadros de hipotensão, que a obrigavam a suspender, por breves períodos, as atividades oficiais. A última crise ocorreu no dia 11 de outubro passado, 12 dias antes das eleições presidenciais.
Em abril passado, Kirchner ficou 48 horas de repouso pelo mesmo problema, e precisou adiar uma visita oficial ao México. Cristina Kirchner reassumiu o poder em 10 de dezembro passado, para mais quatro anos de mandato, após vencer as eleições de 23 de outubro, com 54,11% dos votos.
Seu marido e antecessor, Néstor Kirchner, morreu no dia 27 de outubro de 2010, aos 60 anos, vítima de um ataque cardíaco. A líder argentina se soma à lista de presidentes e ex-presidentes da região afetados pelo câncer, que inclui Luiz Inácio Lula da Silva, com um tumor na laringe, e a atual presidente do Brasil, Dilma Roussef, que superou um câncer no sistema linfático descoberto em 2009.
O chefe de Estado do Paraguai, Fernando Lugo, conseguiu vencer um câncer linfático, enquanto o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, combate com quimioterapia um tumor na próstata.