O canal hispânico Univisión exibiu em 8 de dezembro uma reportagem, que incluía gravações clandestinas, sobre um complexo complô contra os Estados Unidos que, supostamente, teria envolvido as embaixadas de Venezuela, Cuba e Irã no México entre 2006 e 2008.
Livia trabalhava como segunda-secretária da embaixada venezuelana no México em 2007, quando o suposto professor de informática mexicano Juan Carlos Muñoz lhe informou sobre a possibilidade de realizar ataques virtuais a instalações nucleares americanas. A funcionária venezuelana garantiu a Muñoz, segundo as gravações obtidas pela emissora Univisión, que gostaria de estar ciente do complô, e que tinha acesso direto a conselheiros do presidente Hugo Chávez.
Os ataques teriam sido propostos pelo especialista em informática a dois embaixadores iranianos consecutivos no México - Muhammad Roohi Sefat e Muhammad Ghadiri -, entre 2006 e 2007, com a colaboração da embaixada cubana na Cidade do México, segundo a versão da Univisión.
Um jovem estudante mexicano do professor Muñoz teria viajado ao Irã posteriormente, para ser doutrinado e aprender a realizar atentados.
A reportagem também dá conta de outras atividades do Irã e do movimento islâmico Hezbollah na Venezuela e Argentina. O Departamento de Estado julgou o documentário preocupante.
A expulsão da consulesa representa uma mensagem clara, diante dos vínculos de Chávez com Ahmadinejad, dupla que, a cada encontro, não perde a oportunidade de anunciar novos acordos políticos ou energéticos.
Chávez viajou nove vezes ao Irã em 13 anos de presidência, e os dois países anunciaram colaborações técnicas na área de energia nuclear, o que irritou Washington.
Venezuela e Estados Unidos expulsaram seus embaixadores em 2010, e a relação com Caracas é a mais complicada para o Departamento de Estado americano na América Latina.
Em outubro passado, o Irã foi acusado de tentativa de atentado contra o embaixador saudita nos Estados Unidos, mediante uma conspiração complexa, em que estava envolvido um mexicano membro de um cartel do narcotráfico, na verdade informante americano.