"É claro que precisamos controlar e reduzir a mortalidade, mas temos a possibilidade e a obrigação de nos centrarmos na eliminação da cólera", declarou a diretora da OPS, Mirta Roses, em uma cerimônia na sede do organismo.
A atual epidemia no Haiti e na vizinha República Dominicana é um retorno inesperado na América latina, onde a cólera endêmica já havia sido erradicada nos anos 1990, lembrou Roses.
Para alcançar a extinção deste surto, são necessários investimentos massivos em serviços de água potável e de saneamento, além de preparar "todos aqueles lugares onde as pessoas se reúnem, trabalham ou vivem" coletivamente, explicou Roses.
Entre 746 milhões e 1,1 bilhão de dólares são necessários para estes investimentos, segundo a OPS, a partir de cálculos de investimentos em infraestrutura de entidades como o Banco Mundial ou o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
A comunidade internacional prometeu, após o devastador terremoto que destruiu parcialmente Porto Príncipe, há dois anos, até 11 bilhões de dólares em projetos de reconstrução, lembrou a OPS.
Esta organização convocou especialistas e recebeu mensagens de vídeo dos presidentes do Haiti, Michel Martelly, e da República Dominicana, Leonel Fernández, que pediram que as promessas de ajuda se concretizem.
Sem investimentos, "a cólera será endêmica por décadas", como ocorre no caso da África, advertiu Kevin de Cock, diretor do Centro para a Saúde Mundial do americano Centro para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês).