As discussões "não levaram a uma resposta construtiva de todas as partes", disse hoje o IIF, em comunicado divulgado nesta terça-feira em que acrescenta que as negociações "estão suspensas para permitir uma reflexão" sobre a conveniência de que as conversações continuem.
O principal obstáculo, de acordo com a imprensa, são os juros dos novos títulos de dívidas que irão substituir os títulos de dívida detidos por bancos e seguradoras, que constituem o núcleo dos credores da Grécia.
Os contatos deverão ser retomados provavelmente na próxima quarta-feira, embora os bancos tenham avisado à Grécia, ontem (12), que o tempo para um acordo quanto à participação do setor privado está chegando ao fim. A advertência ocorreu depois de reunião entre Dallara, Papademos e o ministro grego das Finanças, Evangelos Venizelos.
Além dos juros que serão pagos pelos novos títulos, outro assunto em discussão diz respeito à legislação que regerá as renegociações. A Grécia quer aplicar sua própria legislação, mas os credores exigem a lei britânica.
De acordo com o porta-voz do governo grego, Pantelis Kapsis, o país ainda não decidiu se aprova uma lei que exija aos credores relutantes que aceitem o perdão da dívida, uma opção no caso de uma maioria de 75% não concordar com o acordo. Esse passo poderia levar as agências de classificação de risco a declarar a Grécia falida e abrir a porta para que os detentores de seguros de crédito sobre dívida exijam o pagamento.
A reestruturação da dívida grega é um dos pilares do segundo programa de resgate anunciado em outubro passado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pela União Europeia, no valor de 130 bilhões de euros. Esse processo prevê que os credores privados (bancos, seguradoras e fundos) aceitem uma perda de 50% na dívida grega, o que aliviaria o endividamento grego em cerca de 100 bilhões de euros.
Recentemente, no entanto, autoridades da Grécia afirmaram a necessidade de aumentar as perdas que os credores terão de suportar, para permitir que as finanças públicas gregas se equilibrem. O Banco Central Europeu (BCE) já informou que não está envolvido nessas negociações.