Jornal Estado de Minas

Autoridades italianas divulgam nacionalidade de 29 desaparecidos

14 alemães, seis italianos, quatro franceses, dois americanos, uma peruana, um indiano e um húngaro

AFP
O acidente deixou seis mortos e pelo menos 60 feridos - Foto: REUTERS/Max Rossi
As equipes de resgate aceleraram nesta terça-feira as buscas para encontrar os desaparecidos após o naufrágio do transatlântico Costa Concordia, perto da ilha italiana de Giglio, usando cargas microexplosivas para abrir passagem em meio aos destroços. Entre os desaparecidos há 14 alemães, seis italianos, quatro franceses, dois americanos, um húngaro, um indiano e um peruano, segundo a guarda-costeira. "Estamos prosseguindo com as operações de busca", disse Filippo Marini, um porta-voz da guarda-costeira, quatro dias após a tragédia do Mediterrâneo. "O navio no momento está estável e o tempo está ajudando", acrescentou, um dia após uma suspensão das operações de busca devido ao mar agitado.

Clique aqui e veja as fotos dos destroços


A Guarda Costeira informou que seis corpos foram encontrados até agora, negando uma informação divulgada por um jornal italiano de que um sétimo corpo teria sido identificado. Enquanto aumenta o temor de um desastre ambiental caso os tanques do navio - carregados de 2.380 toneladas de combustível - se rompam e provoquem um vazamento, Marini disse que as equipes de emergência lançaram bóias absorventes na água depois de observarem uma iridescência na água.

Clique aqui e veja mais fotos deste acidente


O Costa Concordia provocou na sexta-feira a comoção da pitoresca ilha de Giglio, na Toscana - um santuário marinho e popular destino de férias. Três vítimas - dois passageiros franceses e um membro da tripulação do Peru - se afogaram depois de pular nas águas geladas para escapar.

Rodolfo Raiteri, chefe da equipe de mergulho da Guarda Costeira, disse nessa segunda-feira: "As condições no interior são desastrosas. É muito difícil. Os corredores estão desordenados e é difícil para os mergulhadores nadarem".

A Marinha usou pequenos explosivos para abrir buracos na quilha no início desta terça-feira para dar às equipes de resgate subaquáticas maior acesso às áreas submersas do navio.

O clima forçou uma evacuação temporária do navio durante várias horas na segunda-feira, depois que a embarcação escorregou em uma base rochosa no mar, o que provocou temores de que o transatlântico poderia afundar completamente.

As atuais previsões dizem que uma tempestade deve atingir a ilha na quinta-feira.

O prefeito de Giglio, Sergoi Ortelli, advertiu que a embarcação, que se acidentou ao atingir rochas submersas, era uma "bomba-relógio ecológica".

O chefe da empresa proprietária da embarcação explicou que o Costa Concordia atingiu uma rocha como resultado de um erro "inexplicável" do capitão, detido no sábado junto com o primeiro oficial Ciro Ambrosio. "Ele realizou uma manobra que não tinha sido aprovada por nós e nos dissociamos de tal comportamento", afirmou Pier Luigi Foschi, presidente do Costa Crociere, o maior operador europeu de cruzeiros.

Promotores italianos acusam Schettino e Ambrosio de homicídio múltiplo e de abandonarem o navio antes que todos os passageiros fossem resgatados.

Quando o navio começou a se inclinar, os funcionários esperaram em vão pela ordem para abandonar o navio antes de iniciar o procedimento de evacuação por conta própria - 15 minutos depois Schettino finalmente deu a ordem, segundo a imprensa italiana.

Uma transcrição de uma conversa entre Schettino e um funcionário do porto divulgada na segunda-feira mostrou que o capitão mais tarde recusou-se a voltar ao navio. "Você tem que nos dizer quantas pessoas, crianças, mulheres e passageiros estão lá e o número exato de cada categoria", afirmou o oficial a Schettino, de acordo com a transcrição da conversa em uma das "caixas pretas" do navio. "O que você está fazendo? Você está abandonando o resgate?", perguntou o oficial.

O Costa Concordia transportava mais de 4.200 pessoas quando ocorreu o acidente, logo depois de iniciar um cruzeiro de sete dias pelo Mediterrâneo a caminho de Marselha, na França, e de Barcelona, na Espanha.