Jornal Estado de Minas

Schettino disse que houve apagão a bordo do navio

Autoridades italianas identificaram 32 pessoas que morreram ou estão desaparecidas: 12 alemães, sete italianos, seis franceses, dois peruanos, dois norte-americanos, um indiano, um espanhol e um húngaro

Novas gravações de áudio surgiram nesta quinta-feira mostrando o primeiro contato entre os oficiais portuários de Livorno e o navio Costa Concórdia. Na gravação, o capitão afirma que o navio sofreu um apagão 30 minutos após ter batido num recife. As autoridades italianas também identificaram mais sete pessoas que morreram no acidente. O capitão Francesco Schettino, que foi detido por ter deixado o navio antes de que todos os ocupantes tivessem sido retirados em segurança, pode ser indiciado por assassinato, pelo naufrágio e por abandono da embarcação. Na gravação, Schettino diz ao oficial que estava verificando as razões do apagão, mas não diz voluntariamente que a embarcação bateu num recife. Mas o oficial diz a Schettino que sua agência ouviu de um parente de um marinheiro que "durante o jantar tudo caiu sobre suas cabeças". Passageiros que estavam na sala de jantar informaram que pratos e copos caíram pro todo o restaurante. "Estamos verificando as condições a bordo", responde Schettino. Perguntado se os passageiros foram avisados para colocarem os coletes salva-vidas, ele respondeu: "correto". Tripulantes e passageiros reclamaram sobre a evacuação caótica e a falta de direcionamento da direção do navio. O Costa Concordia, navio de US$ 450 milhões, levava mais de 4.200 passageiros e tripulantes quando bateu contra pedras e recifes nas proximidades da ilha de Giglio, na Toscana, depois que Schettino fez um desvio não autorizado de sua rota. Os mergulhadores retomaram, nesta quinta-feira, as buscas pelos desaparecidos, mas a previsão de tempo ruim não garante a continuidade da operação e dos planos para a retirada de combustível do navio. Também hoje, mais sete mortos foram identificados pelas autoridades: os passageiros franceses Jeanne Gannard, Pierre Gregoire, Francis Servil, e Jean-Pierre Micheaud; o tripulante peruano Thomas Alberto Costilla Mendoza; o passageiro espanhol Guillermo Gual e o passageiro italiano Giovanni. Integrantes da tripulação que voltam para casa começam a falar sobre a caótica evacuação, dizendo que o capitão soou o alarme muito tarde e que não deu instruções sobre como retirar os passageiros. Por fim, os tripulantes começaram a baixar os botes salva-vidas por conta própria.