Jornal Estado de Minas

Morre preso político cubano após 50 dias em greve de fome

Villar é o segundo preso político que falece em greve de fome desde 2003

AFP
O preso político cubano Wilmar Villar, de 31 anos, faleceu na quinta-feira em um hospital da cidade de Santiago de Cuba depois de permanecer cerca de 50 dias em greve de fome, disse à AFP o ativista opositor Elizardo Sánchez.
Villar deixou de ingerir alimentos em protesto pela condenação de quatro anos de prisão aplicada no dia 24 de novembro por um tribunal cubano, o que deteriorou sua saúde, culminando em sua morte nesta quinta-feira às 18H45 local (21H45 de Brasília), disse Sánchez.

Sánchez, que dirige a ilegal Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, disse que Villar passou vários dias em "estado crítico", em uma sala de cuidados intensivos do Hospital Clínico Cirúrgico de Santiago de Cuba, 900 km a sudeste de Havana, onde havia sido hospitalizado recentemente. "Ele foi transferido ao hospital depois de cerca de 50 dias em greve de fome", disse o ativista. "A comissão considera que toda a responsabilidade moral, política e jurídica em relação à morte de Wilmar recai no governo de Cuba, já que ele se encontrava sob a custódia das autoridades", acrescentou Sánchez, ao ressaltar que se tratava de uma "morte evitável".

Villar é o segundo preso político que falece em greve de fome desde 2003, quando morreu em um hospital de Havana Orlando Zapata, de 42 anos, considerado "prisioneiro de consciência" pela organização de direitos humanos Anistia Internacional, após uma greve de 85 dias.