Onze dias depois do naufrágio do "Costa Concordia" começaram as operações preliminares para bombear o combustível que ameaça contaminar a ilha italiana de Giglio, sem que sejam interrompidas as buscas por desaparecidos que nesta terça-feira permitiram encontrar outro corpo, o décimo sexto.
A equipe técnica da empresa holandesa Smit Salvage, encarregada do bombeamento do combustível, deve estudar todas as possibilidades para extrair de maneira segura as 2.400 toneladas de combustível de dentro dos 23 tanques do navio.
"Estimamos que o bombeamento no sentido estrito do termo possa começar em alguns dias. O combustível do "Concordia" será primeiro aquecido e, depois, transferido para outra embarcação", acrescentou.
"O plano de bombeamento prevê uma série de medidas de segurança, entre elas um sistema de recuperação de pequenos vazamentos que poderão acontecer durante as operações", perto desta pequena ilha toscana, um grande parque natural marinho, acrescentou o engenheiro.
Na segunda-feira à tarde, uma mancha de óleo de cerca de 200 metros por 300 surgiu não muito longe do navio e os especialistas em meio ambiente acreditam que tenha emergido após o naufrágio, trazida pelas correntes marítimas.
Nesta terça, um barco especial do Ministério do Meio Ambiente lançou boias absorventes em torno da mancha, composta por detergentes e óleo de cozinha e de motor. Paralelamente aos preparativos para o bombeamento, as operações de busca por corpos de vítimas continuam.
Os mergulhadores militares abriram um novo buraco no casco do barco, a cerca de 20 metros de profundidade, e localizaram o 16º corpo na ponte número 3, onde ficava grande parte dos botes salva-vidas. No total 16 pessoas permanecem desaparecidas.
O promotor geral da região considerou nesta terça que a justiça não deve limitar a sua investigação ao capitão Francesco Schettino, e sim se concentrar também nas eventuais responsabilidades da empresa proprietária do transatlântico, a Costa Crociere.
"O empregador é responsável, ele é quem fornece a garantia. Temos que estudar as opções", declarou, segundo a imprensa italiana, o promotor Beniamino Deidda, que ainda não foi encarregado da investigação.
"Até agora, as atenções estão voltadas para os erros do capitão, que foi tragicamente incompetente. Mas quem escolhe o capitão?", disse Deidda.
Schettino e seu imediato a bordo, Ciro Ambrosio, são por enquanto as únicas pessoas acusadas do naufrágio. Foram acusados por homicídios múltiplos, naufrágio e abandono de navio, mas não foram indiciados formalmente. O comandante do navio é mantido em prisão domiciliar.