Fidel ataca republicanos dos EUA em artigo
A campanha eleitoral do Partido Republicano para as eleições presidenciais nos Estados Unidos é uma competição de "idiotices" disse nesta quarta-feira o ex-presidente de Cuba, Fidel Castro. Ele reagiu ao debate feito entre os quatro pré-candidatos republicanos, que estão fazendo campanha na Flórida, Estado que terá primárias no dia 31.
Uma das perguntas feitas aos quatro republicanos foi que opinião e planos têm a respeito de Cuba. As respostas foram unânimes na direção de um endurecimento ao embargo contra o regime comunista, que já dura mais de 50 anos, e até mesmo fomentar "atividades escondidas" para derrubar o presidente Raúl Castro, irmão de Fidel, como declarou o pré-candidato Newt Gingrich.
"Eu devo dizer que a seleção de um candidato republicano para aspirar à presidência desse império globalizado e açambarcador é a maior competição de idiotices e ignorância que já escutamos", escreveu Fidel na sua coluna Reflexões, publicada nesta quarta-feira na imprensa estatal cubana.
Os comentários de Fidel, contudo, são feitos na esteira das críticas que o regime cubano sofreu, vindas dos EUA, América Latina e Europa, por causa da morte do dissidente Wilman Villar, que faleceu em greve de fome na semana passada. Fidel negou nesta quarta-feira que Villar tenha morrido em protesto.
"Não houve greve de fome. Ele era um detido por um delito comum, porque há quatro anos agrediu a esposa", escreveu Fidel. O ex-mandatário criticou a Europa por sua interferência no caso. "Tentem salvar o euro se puderem, resolvam o problema do desemprego crônico que os jovens sofrem em número crescente e respondam aos indignados, constantemente golpeados pela polícia" escreveu Fidel.
Ele afirmou após o desaparecimento da União Soviética em 1991, o governo dos EUA "concebia que Cuba não conseguiria se sustentar". "George W. Bush já havia preparado até um governo contrarrevolucionário para governar Cuba. Bush e sua estupidez imperaram durante oito anos e a revolução cubana sobreviveu e sobrevive há mais de meio século. A fruta madura não caiu no seio do império", afirmou o ex-mandatário, que passou o poder em 2006 ao seu irmão Raúl.