Desemprego nos EUA tem queda surpreendente em janeiro
O número de contratações apresentou forte alta nos Estados Unidos em janeiro, com a criação de 243.000 empregos, permitindo que a taxa de desemprego recuasse pelo quinto mês consecutivo, para 8,3%, segundo cifras divulgadas nesta sexta-feira pelo Departamento de Trabalho. O desemprego chegou ao mesmo nível de fevereiro de 2009, enquanto que a estimativa média dos analistas era de 8,5%.
O saldo de novas contratações surpreendeu o mercado, sendo que os especialistas esperavam 155.000 novos postos de trabalho criados em janeiro.
O presidente americano, Barack Obama, comemorou as cifras de emprego de janeiro e pediu para que o Congresso não "frustrasse" a recuperação bloqueando sua política econômica.
"A economia está se fortalecendo (...) a recuperação se acelera", disse Obama em um quartel de bombeiros de Arlington (Virgínia, leste), acrescentando que Washington deve impulsionar o crescimento econômico e não desacelerá-lo.
"Não desacelerem a recuperação que vivemos, não a obstruam", afirmou Obama, dirigindo-se aos legisladores. "Não é o momento de darmos um tiro no pé", completou.
As cifras do Departamento de Trabalho mostram ainda que a redução de janeiro aconteceu simultaneamente a um aumento de 0,3% da população ativa com relação a dezembro.
No setor privado, todos os setores da atividade foram geradores de emprego, com exceção dos de informação e finanças, que, somados, reduziram em 18.000 seu número de postos de trabalho.
No setor público, a perda de empregos foi a mais baixa dos últimos quatro anos, com 14.000.
Os dados positivos sobre emprego nos Estados Unidos revelados pelo Departamento do Trabalho são um claro indício de reativação da economia americana, afirmou a Casa Branca após a divulgação das cifras.
"Os dados sobre emprego demonstram que a economia está se recuperando da pior recessão registrada desde a grande depressão dos anos 30", disse o principal economista da equipe do presidente Barack Obama, Alan Krueger, em um comunicado.
Segundo Krueger, o número de empregos tem crescido nos últimos 23 meses, mesmo com todos os problemas pelos quais têm passado a economia americana e mundial. Ao todo, foram criados 3,7 milhões de novos empregos neste período. "Apenas nos últimos 12 meses, 2,2 milhões de empregos foram criados", disse o economista.
Contudo, de acordo com Krueger, ainda há muito a ser feito para que sejam criados empregos para os 12,8 milhões de desempregados no país. "Os dados do mês são positivos, mas não podemos nos ater apenas a eles", disse. O economista ressaltou a necessidade de continuar as políticas econômicas de combate à recessão.
"O mais importante é estender o corte de impostos de folha de pagamentos e continuar a proporcionar o auxílio-desemprego de emergência até o final deste ano", disse Krueger em referência ao projeto de Obama que continua esperando aprovação no Congresso.
Em outro dado positivo, a atividade no setor de serviços acelerou em janeiro nos Estados Unidos, segundo o índice dos diretores de compras do setor, publicado nesta sexta-feira pela associação profissional ISM (Institute for Supply Management), que ficou em 56,3%.
O índice, que ficou em 52,6% em dezembro, superou as expectativas dos analistas para janeiro, quando era esperado um patamar de 53,1%. Qualquer valor acima de 50 indica uma expansão da atividade.
O número de encomendas às fábricas (bens duráveis e não duráveis), por sua vez, subiu nos Estados Unidos pelo segundo mês consecutivo em dezembro, segundo cifras publicadas também nesta sexta-feira pelo Departamento do Comércio.
O avanço foi de 1,1% com relação ao mês anterior, menos do que previam os analistas (1,5%), mas o aumento de novembro foi revisado fortemente para cima, a (2,2%).