Jornal Estado de Minas

Premiê interino da Romênia nomeia gabinete de governo

AgĂȘncia Estado
O primeiro-ministro interino da Romênia, Mihai Razvan Ungureanu, nomeou nesta quarta-feira seu gabinete de governo, uma mistura de novos e antigos ministros. O anúncio ocorre dois dias após o ex-premiê Emil Boc, que governava o país desde 2008, ter renunciado em meio aos protestos da população contra a crise econômica e as medidas de austeridade. Ungureanu, de 43 anos e ex-chefe dos serviços de inteligência da Romênia, pediu a confiança da população. Ele enfrentará um voto de confiança no Parlamento na quinta-feira.

Ungureanu disse que sete ministros permanecerão nos cargos e novos ministros foram nomeados para as pastas mais importantes como Economia, Finanças, Interior e Agricultura. Todos os novos ministros são membros do partido governista, o Democrático Liberal, o principal na coalizão governista. Como a coalizão possui maioria no Parlamento, o gabinete de Ungureanu deverá ser aprovado na quinta-feira. A oposição romena afirma que boicotará a votação. Embora Ungureanu não seja do partido governista, ele é considerado um aliado do presidente Traian Basescu.
Ungurenau nomeou Bogdan Dragoi, chefe da administração da dívida pública do governo, para ministro das Finanças, enquanto Lucian Bode, um engenheiro de 37 anos, foi nomeado ministro da Economia. Bode também será responsável pelo setor de energia, um segmento crucial que o Fundo Monetário Internacional (FMI) deseja que a Romênia reforme.

No mês passado, os romenos tomaram as ruas em meio a um amplo protesto contra os cortes no orçamento que o governo de Emil Boc realizou, sob pressões do FMI, do Banco Mundial e da União Europeia. As três instituições emprestaram € 20 bilhões (US$ 26 bilhões) ao governo romeno em 2009. O governo precisava do dinheiro para pagar salários dos servidores públicos e aposentadorias, após a economia da Romênia ter se contraído 7% em 2009, esmagada pela crise financeira internacional.

Existe uma ampla percepção na Romênia de que o governo de Boc, que caiu nesta semana, não se preocupou com a piora do padrão de vida e as dificuldades que a população teve que enfrentar a partir de 2009. Os impostos sobre as vendas de serviços e mercadorias permanecem em 24%, um dos mais altos na Europa, e o governo continua a cortar empregos no setor público para reduzir os gastos. O FMI projeta que a economia romena crescerá 2,3% em 2012, um pouco acima da expansão de 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) que deve ter acontecido no ano passado.