"Ontem (segunda-feira), em Buenos Aires, falei diante da imprensa e não esperava estar imune a paráfrase (...), no entanto, farei um pequeno esclarecimento em relação aos assuntos de Grã-Bretanha e Malvinas", disse Penn em coletiva de imprensa em Montevidéu. "Deus, quão sensível as pessoas estão com a palavra colonialismo. Particularmente aqueles que exercem o colonialismo", disse.
"Há muitos tipos de colonialismo (...). É impensável que a Grã-Bretanha tenha tomado conscientemente a decisão de enviar um príncipe que faz parte do exército às Malvinas, tendo pleno conhecimento da enorme sensibilidade emocional das mães e pais na Grã-Bretanha e Argentina que perderam seus filhos e filhas em uma guerra nessas ilhas", completou Penn.
"Não me desculpo por meus comentários, mas me entristece que a imprensa deseje promover a guerra em vez da diplomacia", disse o ator antes de pedir que os dois países "sentem-se para negociar diplomaticamente uma divisão justa de qualquer recurso que for encontrado" nas Ilhas Malvinas.
O ator, vencedor de prêmios Oscar por filmes como "Sobre Meninos e Lobos" e "Milk", disse nessa segunda-feira em Buenos Aires que "o mundo não pode tolerar enfoques ridiculamente arcaicos que apostam em continuar o colonialismo", ao citar a Grã-Bretanha em sua disputa pela soberania das Malvinas com a Argentina.
A Argentina denunciou na semana passada nas Nações Unidas uma "militarização" do Atlântico sul, depois que a Grã-Bretanha enviou um moderno destroyer para a região.
A isso se somou a chegada às ilhas do príncipe William para uma missão de seis semanas como piloto de helicópteros, o que foi considerado por Buenos Aires como um ato de provocação britânico.
Penn chegou a Montevidéu nesta terça-feira em meio à sua missão humanitária no Haiti e foi recebido pelo presidente uruguaio, José Mujica, em uma reunião considerada "extremamente produtiva para que a potencial colaboração do governo e das ONGs que trabalham no Haiti e a partir do Uruguai sejam mais efetivas".