Paula Sánchez de León, delegada em Valência, confirmou que 14 manifestantes foram detidos e quatro estão feridos. Posteriormente, o número foi aumentado para 21 detidos. Durante várias horas, o centro da cidade virou zona de conflito.
Os confrontos ocorreram na praça da prefeitura, onde os estudantes se concentraram desde as 15h (12h em Brasília), protestando em defesa da educação pública. Além de reclamarem dos cortes no setor, os estudantes, convocados pelas redes sociais, queriam manifestar descontentamento pela ação policial em manifestações idênticas na semana passada. Muitos estudantes estavam apoiados no local por pais, professores e até por alguns líderes políticos.
Antonio Moreno, chefe superior da Polícia da Comunidade Valenciana, garantiu aos jornalistas que os agentes foram obrigados a usar a força perante a “agressividade” dos manifestantes, remetendo para a Justiça uma avaliação sobre se a resposta policial foi ou não proporcional. Ele acusou adolescentes de 14 e 15 anos de terem atuado de forma “pouco cívica”, provocando os agentes e os forçando a intervir em várias ocasiões.
O responsável pela polícia disse que os manifestantes foram mais agressivos do que na semana passada, o que requereu “uma resposta equitativa”. “A polícia está obrigada a manter a paz, mas havia alguns interessados em agravar o conflito. Temos que preservar os direitos dos cidadãos e dos agentes que atuam em legítima defesa para se proteger”, disse.
Uma jornalista da Rádio Nacional de Espanha, que estava no local, disse também ter sido agredida durante os confrontos com a polícia. O porta-voz do partido Compromis, de Valência, Enric Morera, disse que um dos deputados nacionais do partido, Joan Baldovi, tinha sido agredido enquanto tentava mediar as discussões entre os estudantes e a polícia.
A ação policial levou dezenas de pessoas a concentrar-se na Porta del Sol, em Madri, em uma manifestação espontânea de apoio aos estudantes em valencianos.