Segundo Simões, no entanto, o programa antártico continuará funcionando porque a Comandante Ferraz, apesar de concentrar uma parte importante das pesquisas brasileiras, não era a única estação científica brasileira. Ele explica que, pelo menos metade dos pesquisadores, trabalha em navios de pesquisa ou em acampamentos isolados na Antártica.
Além disso, Simões conta que, em janeiro deste ano, foi inaugurado um módulo de pesquisa no próprio continente antártico, chamado de Criosfera 1, localizado a 2.500 quilômetros ao sul de Comandante Ferraz, que está concentrando importantes pesquisas brasileiras. Segundo a Academia Brasileira de Ciências, essa é a estação de pesquisas latinoamericana mais próxima do Pólo Sul.
“É um módulo totalmente automatizado, que coleta dados meteorológicas, de química atmosférica, inclusive dióxido de carbono, e outros estudos. Essa expedição foi liderada por mim, com pesquisadores de sete instituições nacionais, como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro”, disse.
De acordo com o pesquisador, a reconstrução da Estação Comandante Ferraz demorará, pelo menos, dois anos, em consequencia das condições geográficas da Ilha Rei George. “O processo de reconstrução, para voltar ao nível em que estava, demorará de dois a três anos. A logística é muito difícil e só podemos construir durante o verão antártico. E o inverno já está chegando”, disse.