De acordo com a Marinha, a chata (embarcação cargueira) afundou devido à “mudança repentina das condições ambientais locais”. Imagens feitas com o uso de um veículo submarino operado a distância indicaram que a embarcação estava a cerca de 40 metros de profundidade e a cerca de 900 metros da praia onde fica a base militar e científica. Nenhum vazamento de óleo foi constatado e a estrutura da embarcação estava preservada.
Para tentar trazer à embarcação à tona, os mergulhadores irão usar boias infláveis e o guindaste do Gulmar Atlantis. Perguntada sobre o eventual risco de vazamento do combustível do tipo anticongelante (gasoil artic), a Marinha informou que “durante a reflutuação serão empregados todos os recursos necessários para a contenção de poluição ambiental”.
O Brasil é signatário de protocolos internacionais de preservação ambiental do Continente Antártico, o que amplia a preocupação da Marinha com um possível vazamento do óleo durante a operação.
A Força destaca “a responsabilidade do Brasil em honrar os compromissos definidos no Protocolo ao Tratado Antártico sobre a Proteção do Meio Ambiente, pelo qual os países membros devem tomar as medidas necessárias para reagir a situações que possam ameaçar o meio ambiente antártico.” Em nota, acrescenta que “com o intuito de mostrar aos demais membros do tratado o nosso compromisso de bem zelar por aquele continente, a Marinha do Brasil solicitou o apoio da Petrobras para, em conjunto, realizar a operação de reflutuação da chata.”
O óleo combustível especial seria usado para abastecer os geradores da base brasileira, reabastecida anualmente durante o verão antártico, de novembro a março, por navios da Marinha. A estação abriga pesquisadores brasileiros que fazem estudos financiados pelo governo brasileiro sobre os efeitos das mudanças climáticas na Antártica e suas consequências para o planeta, além de pesquisas sobre a vida marinha e a atmosfera.
Um incêndio na madrugada do último sábado (25) destruiu, segundo a própria Marinha, cerca de 70% das instalações da base brasileira, comprometendo 40% do Programa Antártico Brasileiro, matando dois militares e ferindo um terceiro.