Em Barcelona, 25.000 estudantes segundo a polícia, 70.000 segundo os organizadores, protestaram para denunciar "o calote social" provocado pelos cortes orçamentários destinados a lutar contra a crise.
"Não pagaremos seu calote" e "vamos salvar a universidade pública", proclamavam dois grandes cartazes que abriam o cortejo.
Quando a passeata chegou na altura da bolsa, um grupo começou a lançar objetos contra o edifício e a polícia, que os dispersou e promoveu várias prisões.
Um grupo de jovens, alguns com os rostos cobertos, quebrou portas de vidro de um banco e colocou fogo em cestos de lixo e outros mobiliários urbanos. Os estudantes protestavam também contra a violência policial ocorrida em manifestações anteriores.
Em Valência (leste), uma manifestação de estudantes acabou em 20 de fevereiro com uma repressão policial que resultou em dezenas de detidos e vários feridos, com imagens que comoveram o país.
"Fazem cortes na escola pública. Não nos dão trabalho e quando protestamos democraticamente, nos reprimem com total impunidade", disse à AFP o secretário-geral da união nacional de estudantes, Tohil Delgado, denunciando que em Valência "mais de 65 institutos sofrem cortes de calefação e eletricidade".
Os estudantes haviam convocado manifestações em cerca de 40 cidades do país para protestar contra as medidas de austeridade do novo governo conservador, que busca combater um déficit que em 2011 alcançou 8,51% do PIB, muito acima dos 6% previstos.
Estudantes e sindicatos protestavam também contra a reforma trabalhista estabelecida para tentar criar emprego em um país com desemprego recorde de 22,85%.
Convocados pelos sindicatos Comissões Operárias e União Geral dos Trabalhadores, cerca de 1 mil pessoas se reuniram no fim da tarde na praça central Porta do Sol em Madri, em torno de um enorme cartaz que dizia: "abaixo a reforma trabalhista e os cortes. Greve geral".