Outros dois bombardeios destruíram infraestruturas civis sem que fossem identificados quaisquer alvos militares, acrescentou o texto.
Apesar destes fatos, o informe conclui que a Otan "realizou uma campanha muito precisa com notável determinação, para evitar perdas civis".
Segundo a comissão, o regime de Muamar Kadhafi alterou dados de perdas causadas por ações da Aliança, mencionando um "relatório crível" no qual foi constatado que tropas líbias levaram corpos de crianças de um necrotério para um local bombardeado pela Otan.
Ainda de acordo com o relatório da ONU, os rebeldes que combateram as forças de Muamar Kadhafi, em 2011, cometeram crimes de guerra e continuam realizando represálias contra os supostos partidários do antigo regime e as minorias, detalhando esses crimes.
O documento indica que os rebeldes adotaram táticas similares, especialmente bombardeios indiscriminados.
Denuncia, também, execuções sumárias, detenções arbitrárias, torturas, desaparecimentos e saques.
Durante o conflito, especialmente nos últimos meses, as brigadas rebeldes bombardearam sem cessar e "indiscriminadamente" os civis nos feudos pró-Kadhafi, especialmente em Sirte, onde o ex-homem forte do país morreu em outubro, depois de capturado.
O relatório denuncia a morte de entre 65 e 78 soldados do coronel Kadhafi executados pelas tropas rebeldes em Misrata em outubro, dando continuidade a este tipo de prática depois da libertação do país, assim como 12 casos de tortura, nos centros de detenção controlados pelos rebeldes.
Cerca de 8.000 pessoas estão atualmente presas na Líbia, segundo a comissão, solicitando também às novas autoridades líbias que coloquem esses detidos à disposição da justiça.
O estudo denuncia, ainda, atos de represália em Misrata contra minorias étnicas, como as pessoas de raça negra.