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Estado de Minas

Japoneses fazem minuto de silêncio pelas vítimas do tsunami de 11 de março de 2011


postado em 11/03/2012 09:06 / atualizado em 11/03/2012 12:01

Minuto de silêncio pelas vítimas da tragédia na frente de memorial em escola de Okawa (foto: AFP PHOTO / KAZUHIRO NOGI )
Minuto de silêncio pelas vítimas da tragédia na frente de memorial em escola de Okawa (foto: AFP PHOTO / KAZUHIRO NOGI )
ISHINOMAKI, 11 março 2012 (AFP) - O Japão homenageou neste domingo as milhares de vítimas do terremoto e do tsunami que arrasaram há um ano a costa nordeste do arquipélago e provocaram a maior catástrofe nuclear mundial do último quarto de século.

Nas cidades e povoados devastados, os familiares dos 19 mil mortos e desaparecidos se reuniram para rezar, durante cerimônias improvisadas nos locais da tragédia.

Desde o início da manhã, rádios e televisões japonesas apresentaram programas especiais, com muitas testemunhas que expressavam a dor pelo desaparecimento de entes queridos ou a raiva diante da lentidão da reconstrução.

Às 14H46, hora precisa na qual ocorreu o violento terremoto no dia 11 de março de 2011, a vida em muitas cidades do Japão ficou paralisada para um minuto de silêncio e para uma oração coletiva em homenagem às pessoas atingidas pela catástrofe natural e pelo grave acidente nuclear que se seguiu na central nuclear de Fukushima.

Sinos e sirenes soaram em todo o país convocando a população a refletir.

Em Tóquio, logo depois do minuto de silêncio, o primeiro-ministro Yoshihiko Noda pronunciou um discurso durante uma cerimônia no Teatro Nacional de Tóquio na presença do imperador Akihito e de muitas personalidades.

FRANCE OUT AFP PHOTO / YASUYOSHI CHIBA FP PHOTO / TORU YAMANAKA
O chefe do governo japonês prometeu fazer todo o possível para reconstruir a região devastada e transmitir a lembrança desta tragédia às gerações posteriores.

O imperador Akihito, recentemente submetido a uma operação na qual teve implantado um marca-passo, levantou-se imediatamente, acompanhado pela imperatriz Michito, para rezar diante de um gigantesco monumento floral.

"Um ano se passou desde o Grande Terremoto do leste; presto uma profunda homenagem àqueles que perderam suas vidas", declarou o soberano, símbolo do povo, em um breve discurso.

Akihito também fez referência ao sofrimento de milhares de pessoas obrigadas a abandonar suas casas devido ao acidente nuclear provocado pelo tsunami na central de Fukushima.

Também lamentou o fato de a reconstrução esbarrar nas muitas dificuldades nas províncias devastadas e, em parte, contaminadas com a radioatividade.

Em outros locais do país, sobretudo nas cidades da costa nordeste, muitos moradores rezaram voltados para o Oceano Pacífico, acompanhados de membros de suas famílias que retornaram especialmente as suas terras natais neste dia de recolhimento.

Nas regiões devastadas pelo pior desastre sofrido pelo Japão desde a guerra, os sobreviventes acenderam milhares de velas em memória das vítimas.

No porto de Ishinomaki, que sofreu terrivelmente com o tsunami, uma "marcha da reconstrução" através das principais ruas começou às 10H00 (22H0 de Brasília de sábado) em homenagem aos que morreram.

Voluntários distribuíram flores às famílias das vítimas para que depositassem nos túmulos de seus parentes.

Para um vizinho do local, Keishitsu Ito, este aniversário é um dia de imensa tristeza.

"Minha mulher foi arrastada pelo tsunami. Vou colocar estas flores em sua sepultura", contou à AFP este senhor de 80 anos que dizia: "Estou triste, não tenho ninguém com quem falar".

Um sol esplêndido reluzia neste domingo depois de dias de chuva.

Militantes antinucleares se reuniram pela manhã em Tóquio diante da sede da companhia elétrica Tokyo Electric Power (Tepco), enquanto outros protestavam em Koriyama, a 60 km da central Fukushima Daiichi, submersa depois do terremoto.
AFP PHOTO / Philippe Lopez AFP PHOTO / TORU YAMANAKA

Em uma carta publicada no sábado pela imprensa, o chefe do governo afirmou que a tragédia de 11 de março estava gravada na memória da nação.

"Não nos esqueceremos de nossos parentes, amigos, colegas desaparecidos na catástrofe", escreveu.

"Tampouco nos esqueceremos do apoio e da solidariedade que o Japão recebeu do exterior, nos sentimos profundamente em dívida e para sempre agradecidos".

O primeiro-ministro prometeu acelerar a reconstrução nas zonas arrasadas pelo tsunami e desmantelar completamente a central nuclear acidentada Fukushima Daiichi, assim como descontaminar os solos e revitalizar a economia japonesa.


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