"É uma verdadeira festa democrática", disse o titular da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Humberto Cholango, durante um encontro realizado em meio a uma forte chuva que não afugentou os manifestantes.
"Aqui estamos com dignidade, aqui está um povo que está dizendo 'não' à mineração e que não seja governado com os partidos de direita", completou o líder diante de indígenas com o rosto pintado, adornados com plumas, e alguns com lanças de madeira.
O líder da Conaie (que convocou a marcha) afirmou que o governo tentou bloquear o avanço do protesto com a presença de policiais e militares durante o percurso, mas que a ação não teve sucesso e os manifestantes chegaram a Quito como tinham previsto.
Disse que mais tarde os manifestantes irão à sede do Legislativo, cujo presidente, o governista Fernando Cordero, convidou seus líderes para dialogar.
Os indígenas reuniram-se no parque El Arbolito provenientes de comunidades do norte andino, assim como de oito províncias do sul (inclusive fronteiriças com o Peru), por onde os caminhantes avançaram, alguns trechos a pé e outros em veículos.
Nesse mesmo local, Correa cumprimentou mais cedo centenas de seguidores que se instalaram dias antes para "defender a democracia" e que depois se dirigiram à praça da Independência, em frente à residência presidencial.
O chefe de Estado, no poder desde janeiro de 2007, chamou seus partidários a se concentrar em Quito frente ao que chamou de planos desestabilizadores da oposição antes das eleições de fevereiro de 2013.
Os indígenas asseguram representar cerca de 30% da população equatoriana (de 14,5 milhões de habitantes), mas o censo de 2010 determinou que apenas 7% se reconheceu como tal.