"O abuso sexual de crianças é imperdoável. Monsenhor Lynn sabe que é um crime horrendo. Ele, e talvez ninguém mais do que ele, tentou agir contra isto", destacou Bergstrom.
No mesmo processo, são acusados, também, o sacerdote James Brennan, por abusos na década de 1990, enquanto que um outro, o ex-padre expulso das funções, Edward Avery, assumiu a culpa de crimes sexuais.
Avery recebeu uma condenação de entre dois anos e meio e cinco de prisão.
A assistente do promotor, Jacqueline Coelho, descreveu Lynn como o "guardião dos segredos", encarregado de proteger a Igreja do escândalo e manter os fiéis na ignorância.
"A proteção dos meninos não era prioridade, na mente do acusado Lynn", disse Jacqueline Coelho, que prometeu uma revisão meticulosa dos arquivos.
Um dos casos data de 1992, quando um homem acusou Avery de molestá-lo sexualmente na década de 1970 ou 1980.
As acusações foram consideradas suficientemente sérias para que Avery fosse enviado a um centro especializado em reabilitação de sacerdotes com problemas de abuso sexual.
Quando Avery completou o tratamento, Lynn o designou a uma paróquia também frequentada por crianças, apesar do risco que representava e da avertência dos psicólogos.
Nessa igreja, Avery presumivelmente encontrou um menino de 10 anos mencionado nos documentos como "Bill" e também abusou dele.
Em outro inicidente descrito no processo, o padre James Brennan passou a noite em seu apartamento com um adolescente de 14 anos, em 1996.
Segundo a assistente do promotor, onze sacerdotes - entre eles Avery e Brennan - foram acusados de molestar crianças.
Algumas das denúncias datam dos anos 40 e teriam sido prescritas.
Segundo Jacqueline Coelho, as denúncias foram feitas e Lynn sabia de cada uma delas, sem nada ter realizado, a não ser a transferência dos acusados para outras dioceses.