Manifestações no "Dia do Jovem Combatente" terminaram com um registro de 228 detidos e 22 feridos na madrugada desta sexta-feira em Santiago e em outras cidades do Chile, em uma data que lembra o assassinato de dois jovens na ditadura militar.
Os incidentes deixaram "228 detidos, 183 em Santiago e 45 em (outras) regiões", informou o ministro interino do Interior, Rodrigo Ubilla, em uma coletiva de imprensa, onde forneceu um registro final dos incidentes ocorridos na noite de quinta-feira e na madrugada desta sexta.
Além disso, dos "22 feridos, nenhum em estado grave, sete são carabineiros e 15 civis", acrescentou Ubilla.
Os confrontos ocorreram no âmbito da celebração do "Dia do Jovem Combatente", que foi instaurado popularmente em memória dos irmãos Rafael e Eduardo Vergara Toledo, assassinados pela ditadura de Augusto Pinochet no dia 29 de março de 1985 em uma cidade de Santiago.
A data desencadeia tradicionalmente atos de violência, principalmente na cidade de Villa Francia, em Santiago, onde os dois jovens morreram e onde neste ano foram registrados os distúrbios mais violentos entre policiais e jovens encapuzados, que dispararam armas de fogo e lançaram bombas incendiárias.
Agentes da polícia responderam com bombas de gás lacrimogêneo e com carros lança-água. Os distúrbios se repetiram em ao menos outras quatro localidades da capital chilena e em outras cidades, como Valparaíso, Concepción e Lota, onde os manifestantes instalaram barricadas e houve cortes de energia elétrica.
Segundo Ubilla, em comparação com anos anteriores o dia de ontem foi "de menor violência, de menor convocação de pessoas", mas chamou a atenção das autoridades "a grande presença de menores de idade, entre os 15 e os 17 anos, portando armas de fogo".
Na quinta-feira, centenas de encapuzados enfrentaram a polícia chilena nos arredores da Universidade de Santiago, em incidentes que se estenderam por mais de duas horas, após os quais a polícia reportou 56 detidos.