Há 30 anos teve início a guerra das Malvinas, mas quando Margaret Allen acendeu uma vela nesta segunda-feira em homenagem a seu marido e outros 254 mortos britânicos, ficou claro que o tempo não cura as feridas.
Seu marido, Iain Boldy, morreu em um ataque contra a fragata "HMS Argonaut" em 21 de maio, no final da guerra que também deixou 649 mortos entre as forças argentinas em 74 dias de duração.
"Estávamos casados havia apenas duas semanas quando ele foi para as Malvinas", disse, completando que ainda "há momentos em que me sinto abalada".
Esta discreta cerimônia no local onde o país lembra seus mortos desde a Segunda Guerra Mundial, situado na cidade de Alrewas, no centro da Inglaterra, foi a única lembrança oficial do dia.
Ao menos uma centena de pessoas rezou também pela reconciliação entre Reino Unido e Argentina antes de Allen acender a vela. Nesse mesmo local será inaugurado em 20 de maio um novo monumento dedicado aos mortos da guerra das Malvinas, em um ato apresentado como de maior relevância para o país.
O monumento, inspirado no existente no cemitério britânico de San Carlos nas Malvinas, consistirá em um muro de pedra curvo frente ao qual foi colocada uma rocha procedente das ilhas com um banco de cada lado.
O comandante Peter Mosse, que capitaneou a fragata "HMS Ambuscade" durante o conflito, defendeu as ações britânicas depois da cerimônia.
"Foi um ato de agressão, e a lei foi violada, então não poderíamos permitir", disse à AFP. "Felizmente pudemos voltar inteiros e compartilhar o orgulho de quem teve de pagar com sua própria vida", completou.
Um desses heróis britânicos foi o tenente-coronel H. Jones, que estava no comando do Segundo Batalhão do Regimento de Paraquedistas. Jones morreu atacando posições argentinas na batalha de Goose Green e recebeu por isso a Cruz Vitória, a mais alta condecoração militar britânica.
"Os aniversários deixam você um pouco mais emotivo, mas quando se lembra de alguém, é uma lembrança diária", disse sua viúva, Sarah Jones.
Jones acredita que a Argentina tem que reivindicar as Malvinas, mas considerou triste "lembrar quanta gente morreu".
"Muitos deles eram jovens recrutas que não tinham ideia de onde iam. Acredito que foi uma experiência amarga para eles, por isso, devemos homenageá-los".