O papa Bento XVI reagiu com vigor nesta quinta ao Apelo à Desobediência, um manifesto assinado por um grupo de padres austríacos que, em junho do ano passado, decidiu adotar iniciativas contrárias à orientação de Roma para forçar mudanças na Igreja Católica. O papa citou a ordenação de mulheres, uma das reivindicações do grupo, como exemplo de rebeldia contra uma doutrina “irrevogável”.
Bento XVI fez as declarações na homilia da Missa do Crisma, da Quinta-feira Santa, dia dedicado à instituição do sacerdócio e da eucaristia.
O papa adiantou que quer dar crédito aos autores do apelo “quando afirmam estar convencidos de que se deve enfrentar a lentidão das instituições com meios drásticos para abrir novos caminhos, para colocar a Igreja à altura dos tempos de hoje”, mas questionou se a desobediência é o caminho para renovar a Igreja.
No manifesto, interpretado pelo arcebispo de Viena, cardeal Christoph Schönborn, os 337 signatários (de um total de 4 mil padres austríacos) estabelecem sete pontos para forçar mudanças.
Entre eles, destacam-se a ordenação sacerdotal de mulheres e de homens casados, assim como a distribuição da eucaristia para divorciados que vivem em nova união.